Travel Love Stories: “Quando me perdi para me encontrar”, por Michel Passos Zylberberg

Paixão de viagem que acaba em casamento: é o final feliz ideal para uma história de amor, né? 🙂

E aproveitando que hoje é Dia de Santo Antônio casamenteiro, é com esse final feliz que fechamos, com chave de ouro e muitas vibes “all you need is love“, nossa série Travel Love Stories. E quem aceitou o convite de dividir aqui sua história conosco neste dia é o Michel Passos Zylberberg, do excelente blog Rodando pelo Mundo, único representante masculino da série.

Também ele estava viajando – ou melhor, rodando pelo mundo 😉 – feliz da vida, quando de repente encontrou uma pessoa especial e…

Bem, segundo ele, foi preciso ele se perder pelo mundo para se achar. E acreditem, ele rodou o mundo mesmo para isso!

Conta para a gente, Michel! 🙂

Morei quase a vida toda no interior de Minas Gerais, e os cinco anos em São Paulo estudando Design de Multimídia foram o bastante pra perceber que não era onde eu gostaria de fazer carreira. Sou meio “do mato”, nunca gostei de cidade grande.

Durante a faculdade fiz um acordo com meu pai: com um diploma nas mãos eu poderia escolher um destino para fazer intercâmbio. E a escolha já tinha sido feita há muitos anos, pois sempre sonhei em desembarcar na terra dos cangurus. E foi assim que em setembro de 2005 eu chegava na Austrália, pronto para estudar, trabalhar e curtir as maravilhas de Manly Beach e toda a região, em Sydney.

Um amigo brasileiro me hospedou na república, que ele dividia com outros gringos, nos primeiros dias. Como não tinha levado muito dinheiro, já tive que me virar lavando prato, cortando árvore, limpando porão de navio cargueiro e todo e qualquer outro tipo de trabalho remunerado que aparecia. Claro que precisava conciliar com os estudos, mas devo assumir que não dava conta de ir as aulas todos os dias.

E foi numa dessas ausências que a minha turma mudou, com outro professor e novos alunos. Quando entrei na sala de aula dei de cara com uma italiana linda, pele morena e um olhar tímido. Ela pensou que eu fosse suíço, já que sou loiro de olhos claros, e depois descobri que ela era de família italiana mas morou quase a vida toda na Suíça.

Depois de várias tentativas frustradas no primeiro “approach”, um amigo croata/suíço em comum deu uma mãozinha. Frequentávamos as mesmas festas e aos poucos fui conquistando a simpatia, até que um dia começamos a ficar escondido, só esse amigo croata sabia que estávamos juntos, foi o nosso cupido. A parte difícil era porque ela ficaria só 3 meses e não queria uma relação mais séria, já que a dor de ir embora seria grande.

O destino conspirou tão bem ao nosso favor que ela teve um problema na casa de família que estava hospedada e teve que procurar um outro lugar pra morar. Eu tinha acabado de trocar de casa e ela foi morar comigo. Nessa altura todo mundo já sabia, a nossa relação ganhou ainda mais força, mas chegou o dia em que ela precisava voltar ao trabalho na Suíça.

Depois de algum tempo namorando a distância – do outro lado do mundo – eu ainda não sabia o que fazer, porque tinha renovado meu visto para mais dois anos e tinha um bom trabalho em um pub. Até que algumas semanas depois de ter partido ela volta de surpresa para mais duas semanas na down under. Foi o sinal de que era a mulher certa pra minha vida, acabei decidindo largar tudo para morar com ela na Suíça.

Casamos em 2007 e hoje temos uma filha linda de um ano e meio. Atualmente moramos em Lugano, sem a praia e o calor australiano, mas é um ótimo lugar para morar e aprendi a curtir esse mundo de neve, alpes, chocolates e canivetes. Ainda queremos voltar para a Austrália para rodar o país de carro, talvez quando nossa filha crescer um pouco mais, assim ela poderá conhecer melhor o paraíso no qual seus pais se conheceram e se apaixonaram.

Paz, amor e muitas viagens!

Para todos nós, Michel!!! 🙂

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