Imagina uma viagem de férias de adolescência, dessas que a gente faz nos quinze anos de idade, com muita energia e nenhuma pretensão?
E aí, com as férias, vem os amores de verão – aqueles rápidos, mais uma amizade colorida que outra coisa, e que normalmente a gente acha que é no máximo namorico mesmo, desses que tem data para acabar – quase sempre na mesma data da passagem de volta.
Pois é: mas para a nossa série “Travel Love Stories” do blog, a gente foi atrás de uma história que, mais do que viajar de férias, viajou no tempo: começou numa amizade ocasional durante as férias de dois adolescentes de 15 anos e acabou em duas escovas juntinhas – só que muitos anos depois.
Quem conta é a Elaine Castro, jornalista, colega de profissão e de blogs de viagem – é dela o delicioso blog Viagem Massa, cheio de causos e dicas deliciosas do mundo, com um especial tempero capixaba. E nada melhor do que a história dela para o Travel Love Stories de hoje, bem no Dia dos Namorados. <3 <3 <3
Segundo ela, a melhor mudança foi nas viagens: antes, as passagens tinham como destino chegar até o outro. Hoje, o destino é o que menos importa, porque o que vale mesmo é quem já está sentado ali, na poltrona ao lado!
Com a palavra, Elaine… 🙂
“Eu vi só a ponta do seu cabelo passando, a caminho do banheiro. Eu tinha certeza de que era você.”
Foi a primeira frase que o Jean me disse, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, depois de passar vinte anos sem me ver.
Não posso nem dizer que nossa história começou como paixão de adolescente. Não foi. Foi amizade, daquelas bem bobas, de falar besteira e ter ataque de riso. Ele aparecia nas férias, o carioca muito gente boa que morava em São Paulo. E nós, amigos do Espírito Santo, esperávamos por isso o ano inteiro.
Duas décadas atrás, viajar não era tão fácil. Promoção de passagem de avião, então, nem pensar! O Jean encarava as viagens São Paulo- Vila Velha de ônibus mesmo (que ele costumava perder, principalmente na hora de ir embora). A saudade? A gente matava através das cartas, quase toda semana.
Ele gosta de dizer que foi apaixonadinho por mim desde sempre. E eu gosto de acreditar nisso, apesar de achar que é exagero de homem romântico. Quando teve a oportunidade de me dar um beijo ( sou péssima com datas, mas acho que tínhamos uns 15 anos), ele disse, pra nossa melhor amiga em comum, que não tinha gostado. Ai ai ai, Jean.
A vida segue, né? E mesmo quem se gosta, vez em quando acaba se afastando. As cartas foram rareando, as viagens pararam, nos envolvemos com outras pessoas, e seguimos nossos caminhos (de maneiras bem diferentes, diga-se de passagem). Cada um de nós teve um filho, em outros relacionamentos. E, nunca mais, nenhum contato.
Um dia, por curiosidade, eu pesquisei o nome dele no Orkut (sim, sim, o Orkut). A foto mostrava um homem muito diferente do adolescente sorridente que eu havia conhecido, mas resolvi mandar a mensagem: “Você, por acaso, é o Jean que passava as férias em Vila Velha, 20 anos atrás?”. Foi o que bastou.
Os e-mails tomaram o lugar das cartas de antigamente. Pela câmera do computador eu me encantei novamente pelo jeito de sorrir do meu amigo. Agendamos de nos encontrar em São Paulo, durante uma viagem que eu faria com alguns conhecidos. O combinado: seria apenas uma tarde, pra matar as saudades e relembrar nossas antigas histórias.
Estamos juntos há mais de quatro anos.
Quantas madrugadas passamos em claro, conversando online ou pesquisando passagens em promoção! Viajávamos tanto para nos ver que VIX-GRU, pra nós, quase significa EU TE AMO.
Namoro à distância. Foto enviada por Elaine!
Adoraria dizer que tudo na nossa história foi lindo, romântico, um mar de rosas. Não vou enganar vocês. Houve muita dúvida, muita insegurança, sofrimento até, de ambos os lados. Mas fomos superando um problema de cada vez, juntos, mesmo à distância.
Dez meses depois do nosso reencontro, o Jean mudou para Vila Velha. Até hoje eu tenho vontade de dar risadas quando o vejo pegando jacaré no mar, como fazia quando era adolescente. A nossa história continua marcada por viagens- que agora fazemos juntos. Fico feliz por ter transmitido a ele minha paixão por conhecer novos lugares, novas experiências. Nós estamos sempre planejando, sonhando com o próximo passeio. Em troca, ele usou a incrível capacidade que tem de transformar momentos do dia-a-dia em grandes acontecimentos, para me mostrar que a “rotina” também pode ser bem prazerosa. Tenho certeza de que tudo o que passamos- enquanto estivemos sem contato e nos primeiros e difíceis meses- serviu para que pudéssemos dar valor a que temos hoje.
Casal curtindo um descanso básico em Machu Picchu. Foto enviada por Elaine!
Encontramos o nosso equilíbrio e assim vamos seguindo. E posso dizer que vamos seguindo bem felizes.
E a gente achando que esses amores de adolescência não levam a gente a lugar nenhum, né? 🙂 Foto enviada pelo casal!
A gente adora contar essa nossa história, em que passado, presente e futuro se entrelaçam. E sabe o que é bem legal? Além de companheiros, namorados e tudo o mais… continuamos amigos. Daqueles bem bobos, que falam besteira e tem ataques de riso.
Você também tem uma história romântica que aconteceu numa viagem? Conta para a gente e participe do nosso “Travel Love Stories”! 🙂
Vale tudo: quem casou, quem só namorou, quem viveu uns dias inesquecíveis… Não importa o desfecho: afinal, em amores e viagens o que conta é o durante, né?
Conta para a gente aqui, nos comentários! Ou, se preferir, mande sua história (e se tiver foto, melhor ainda! 🙂 ) por e-mail para contato@dondeandoporai.com.br! Ela pode virar um post da série Travel Love Stories! <3
E fique atento: amanhã, tem mais Travel Love Stories por aqui! 🙂
[alert style=”3″]Gostou? Veja mais Travel Love Stories aqui: