Ó, já vou dizendo que a cidade em si não tem nada demais. Mas adorei…


Primeiro, porque ela serve de base para fazer todos os outros passeios (El Chaltén, Torres Del Paine, Perito Moreno, etc). Porque tem cinco agências em cada esquina, então você pode fazer uma pesquisa de preço e de tours diferentes, e montar seu roteiro do jeito que você quer. E segundo, porque a cidade mesmo tem duas ruas, praticamente, sendo a principal é cheia de restaurantes e as tais agências de turismo. Ah, também escutei mais inglês e alemão do que espanhol por lá… Então, em alguns momentos, parece que você está em algum lugar da Europa.

Calafate

Aí você perde o encanto quando entra numa loja ou num restaurante e é meio mal atendido. Espero muito que tenha sido só uma má impressão minha ou que as coisas tenham melhorado, porque lá não fui bem atendida em nenhuma loja. Nenhuma mesmo. 🙁

Mas voltando… Independente disso, a cidade é gostosa e só voltei com boas recordações. Em fevereiro, no verão deles, dá para curtir um friozinho gostoso à noite, e durante o dia sentir aquele calorzinho sutil de um solzinho de tarde.

Ah, e por que Calafate? Porque calafate é o nome de umas frutinhas silvestres muito comuns que só nascem por lá. O sabor lembra muito o de um blueberry.

E já que estamos falando de comida, apesar de eu não guardar muitas boas recordações dos atendimentos em jantares na Argentina,  devo dizer que 2 dos 3 pontos altos no quesito gastronomia que tive na viagem foram em Calafate (o último foi em Mendoza, acompanhado, óbvio, de um bom vinho).

São eles:

  • Casablanca: fica na avenida principal de Calafate. É restaurante comum, meio essas lanchonetezinhas que servem bife com batata frita e pizza, mas a comida é gostosa (honesta). Mas o destaque vai para o atendimento deles (o único que foi simpático. Ficamos tão chocados que só por isso ganhou nota oito. Fomos lá quase todos os dias), o “Helado de Calafate”, um sorvete feito com a fruta calafate e calda de amora que é simplesmente di-vi-no. Deixa o famoso “helado de dulce de leche” do Freddo no chão… Ah, o terceiro destaque iria para o garçom, que era um gato. Mas isso é só uma observação despretensiosa, tá? 😉
  • La Tablita: Esse sim, tem o melhor cordeiro que eu já comi em toda a minha vida. É um restaurante chique e caro (gastamos 117 pesos no prato) em comparação com a média, mas eu realmente recomendo, do fundo do meu coração, que, se você estiver por lá, guarde uma grana, passe lá e peça um Cordeiro Patagônico. E só. Ele vai vir na chapa, macio macio, daqueles que desmancha no garfo só de pegar, imagina na boca… Hummmm… É de comer rezando e vale cada centavo.

Bom, mas como eu comecei a falar de praticidades… A gente continua, né?

Traslado:

Do aeroporto para o albergue, pegamos um táxi. Isso porque somos manés. Porque depois descobrimos uma van que levava todos os mochileiros do aeroporto aos albergues a custos bem módicos. Sim, fomos trouxas.


Albergues:

Tem dois afiliados ao Hi Hostels. Um é o Pioneros (o que ficamos, está na foto embaixo) e o outro é o Libertador. O Libertador é o mais chique (e caro) dos dois, mas – ai, gente, é muito fofo!!! Segundo um brasileiro que encontramos por lá, ele disse que a calefação fica no chão, então você pode andar descalço que o chão é bem quentinho (sim, ele também disse que lavou as camisas dele e colocou estendidas no chão para secar mais rápido e economizar secadora. Brasileiros e seus jeitinhos, uni-vos!). Mas o Pioneros era um pouco afastado (o que não nos atrapalhou em nada), mas era muito simpático também. Tinha calefação e banheiro privativo (com água quente!) e um restaurantezinho muito do simpático para tomar café. Uma boa dica…

Agora, para quem vai para lá de lua-de-mel, tem vários hoteis lindos, estilo chalé, com vistas lindas para a cidade. Que, aliás, eu fiquei só sonhando em voltar um dia devidamente acompanhada, já que eu fui com meu tio. Só que o engraçado é que como a nossa diferença de idade não é muita (ele é temporão, e na prática é como se ele fosse meu irmão mais velho), toda hora eles nos viam e ofereciam cama de casal, foto do casal, etc… E quando eu explicava que ele era meu tio, ninguém acreditava. 😀

Aí me explicaram que, lá fora, quando um cara está saindo com uma amante e não quer dizer isso para ninguém, ele diz que ela é sobrinha dele. E ainda mandaram eu assistir de novo “Uma Linda Mulher” para ver que era assim mesmo…

Dinheiro:

Esqueça o mito de que cartão é aceito em todo lugar. Muitos dos lugares que fomos era só dinheiro, inclusive todos os albergues. Então , se vc pensou em levar pouco dindin para jogar tudo no cartão e ganhar milhas (como eu pensei)… breve será chegada a hora em que você vai ter que fazer as contas, como nós fizemos, e aí…

É, vamos ter que sacar (bem) mais por lá! 🙂

Comments

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Clarissa Donda
Sou jornalista e escritora. Eu criei esse blog como um hobby: a idéia era escrever sobre minhas viagens para não morrer de tédio durante a recuperação de um acidente de carro. Acabou que tanto o blog quanto as viagens mudaram a minha vida (várias vezes, aliás). Por isso, hoje eu escrevo para ajudar outras pessoas a encontrarem as viagens que vão inspirar elas também.

9 COMENTÁRIOS

  1. Oi, Clarissa

    uma viagem nos meus planos.

    Se vc foi em fevereiro, imagino que seja uma viagem para qq época, né?
    Estou pensando em ir num feriado prolongado. Pelo que vc viu por lá, acha é válido ou mico? rs

    Vc achou voos sem dificuldade? Acredito que não haja uma disponibilidade mto grande, né?

    obg por enquanto!
    parabéns pelo blog….

  2. OI, Clarissa

    td bem?
    Uma inf. sobre traslado aeroporto-El Calafate, por favor: as vans que saem do aeroporto para a cidade de El Calafate são regulares ou contratadas nos albergues?

    obg
    abs

    • Ana,
      Tem uma van que está sempre lá para buscar os vôos que chegam. São regulares e baratas (funcionam como um ônibus, que vão te deixando de albergue em albergue). Mas se você quiser confirmar mesmo, manda um e-mail para o albergue confirmando que eles respondem!
      Eu não sabia e fiz a opção mais cara – fui de taxi! 🙁
      Mas aprendi e na volta ao aeroporto já fui com elas!
      Bjos!

  3. Oi Clarissa, queria tirar umas dúvidas… estou pensandoem ir para lá em 28/02, e pelo que pude perceber, ainda não vai ta muito frio…
    O forte de lá não são as geleiras? Nessa época elas não derretem?
    E o passei nas montanhas com aqueles “trenós” sendo puxado por lobos, tem nessa época?
    Estou tentando ver a previsão do tempo para essa época e não consigo… muito obrigada!
    Muitíssimo obrigada!

    • Oi, Marina!
      Eu fui nessa época mesmo, meados para final de fevereiro, e peguei um tempo relativamente bom. Digo bom porque pegamos dias bem ensolarados!
      Importante considerar que a região da Patagônia é meio fria mesmo, mas no verão os dias, mesmo friozinhos, costumam fazer sol e tempo aberto, o que ajuda mesmo. Mas saiba que a temperatura nessa época é de relativo friozinho durante um dia (melhorando se estiver sol) a um frio e vento à noite. Nada muito gelado e congelante, mas não dispense o casaco!
      E como disse, no verão as geleiras de fato não derretem a ponto de se desfazer, mas de fato diminuem um pouco de tamanho. Porém continuam lá, presentes o suficiente para você fazer uma caminhada bem divertida por elas. O que o verão ajuda, de fato é você conseguir fazer isso com o sol brilhando e menos vento (a paisagem fica linda e o frio não é insuportável). Nunca fui lá no inverno, mas os guias dizem que é impossível andar pelas geleiras lá para junho e julho, tamanho o frio e o vento cortante.
      Trenós puxados por cães (acho que são cães, tipo huskies, que puxam. Lobo é um animal selvagem, e deve ser proibido – e perigoso! – colocá-los para fazer trabalhos assim) não vi por lá não. E nem neva muito nessa época, pelo menos próximo à cidade. Mas onde eu já ouvi muitos relatos desse tipo de passeio é em Bariloche, no inverno, perto das estações de esqui, exatamente por que muitas crianças adoram! Então talvez você só encontre por lá mesmo!
      E quanto à previsão do tempo… Muita gente reclama que não acha, mas isso é em parte porque o tempo na região patagônica é meio instável, e pode ir de forte chuva e vento num dia a um sol delicioso e brilhante no outro.
      Mas de fato, é a melhor época do ano para ir, pelo clima e possibilidades de fazer as atividades no lugar com o tempo aberto.
      Se tiver mais dúvidas, avise-nos! Será um prazer ajudá-la! 😉

  4. Oi Clarissa! Muito obrigada pelas dicas!! Voltei de lá esse fds e foi maravilhoso!! Pegamos lindos dias de sol e no último chuva e muito vento!
    Na próxima vez que for, recomendo ir para a estancia Cristina. É um hotel maravilhoso que fica afastado da cidade, numa reserva ecologica. Você só chega lá de barco, 1:30h. É o lugar perfeito para quem quer se isolar no meio da natureza. Dá uma olhada no site deles http://www.estanciacristina.com.br
    Já saio até na NY TIMES como um dos melhores lugares pra se ficar na patagônia.
    Não é barato.. mas as 3 refeições e o chá da tarde já estão inclusas (menos bebidas alcoolicas) e todos os passeios. Eles tem várias opçoes de trekking, mountain bike, trilhas com cavalos, quatro por quatro, quadriciclo… vale muito a pena!!
    Um beijo

  5. Oi Clarissa, estive lá em Fev deste ano e devo dizer, seu blog foi nosso melhor guia. Está tudo aqui, sem tirar nem por, a dificuldade com os cartões, o absurdo atendimento de los hermanos e também claro, a beleza impressionamente, o helado de calafate, o cordeiro, o hostel… Parabéns pelo trabalho e cuidado e, por favor, continue nos abastecendo com dicas de lugares assim, fantásticos mundo afora.
    ** Só uma observação a quem vai, El Chalten vale pelo menos 4-5 dias de uma viagem à Patagônia.

    Obrigada

    • Oi, Regina! Olha, devo dizer que é exatamente por palavras como estas que você deixou que me dão gás e gosto para escrever estes relatos! Ganhei meu dia hoje! Obrigada!
      Espero continuar contribuindo para suas próximas viagens – e espero que elas sejam muitas, também! 🙂
      Obrigada e um abraço!
      Clarissa

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