“Shard” em inglês significa “caco de vidro”. Pode parecer pouco glamouroso, mas foi por essa semelhança estética que resolveram chamar “The Shard” o prédio mais alto do Reino Unido – e também de toda a União Européia. O prédio, todo revestido em vidro, reluz na paisagem de Londres, e em dias claros e ensolarados fica até difícil tirar uma foto dele, por causa dos reflexos.the shard 17

Talvez o nome também seja inspirado no formato pontudo, que lembra uma lâmina de vidro, dessas fininhas que sempre ficam no chão quando a gente quebra aquele copo de requeijão Itambé na cozinha (sim, eu sei que todo mundo já teve um desse!).

Mas ok, esse “cacão” de vidro é bem mais elegante! 🙂

Por motivos altamente (perdoem o trocadilho) óbvios, o The Shard é o melhor lugar para se ter uma ampla vista de Londres – e eu contei aqui uma lista de lugares de onde você pode ver Londres do alto (bônus: alguns deles são de graça).

Consegui visitá-lo finalmente esta semana, depois de um ano morando em Londres e namorando-o à distância. E descobri três coisas bacanas sobre a visita:

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  • A visita em si dura o tempo que você quiser: Mesmo tendo horário marcado, ninguém fica te controlando lá em cima. De modo que você pode esticar um tempo ou um papo no bar e aproveitar a vista. Por outro lado, fora a vista (fantástica) e o bar, não há mesmo muita coisa a fazer por ali, de modo que se o seu roteiro for corrido, com muitos lugares para conhecer e pouco tempo, dá para encaixar perfeitamente o The Shard em algum momento sem comprometer a agenda (embora, mesmo assim, eu não ficaria rapidinho. A vista é linda e o ingresso não é baratinho – e eu sou dessas que fico até sentir que valeu a pena, sabe?
A esperança é sempre a última que morre: no dia em que fui tinha chovido bem, e estava bem cinza. Mas o céu se abriu num pôr do sol legal bem na hora de se pôr. E isso não é muito raro!
A esperança é sempre a última que morre: no dia em que fui tinha chovido bem, e estava bem cinza. Mas o céu se abriu num pôr do sol legal bem na hora de se pôr. E isso não é muito raro!
  • Vá um pouco antes do horário do pôr do sol: Essa dica é importante. Confira com o Google qual é a hora esperada do pôr do sol no dia em que você vai visitar o The Shard (é só colocar no campo de busca “Sunset time Dia mês London) que a internet te dá o horário aproximado – e isso é muito útil já que no inverno o pôr do sol chega a acontecer em torno das 15:30 da tarde e no verão acontece lá para as 21 horas da noite! Com essa informação em mãos, programe sua visita: chegue com uma média de 1 hora de antecedência (para dar tempo de você subir, caso esteja muito cheio) e aproveite o pôr do sol de lá! Se o tempo estiver ruim: bem, não é garantido, mas você pode dar a sorte dele melhorar por perto da hora do pôr do sol (não é raro isso acontecer, mesmo nos dias mais chuvosos).
  • The View of the Shard” é a vista mais alta de Londres, mas há outros pontos bem legais também (especialmente quando ele sai na foto): Isso porque o The Shard também é muito bonito, e uma vista de outro lugar que o inclua na paisagem (como a do SkyGarden) também garante uma paisagem bem exuberante.

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Meu pai, assim como eu, também é do Rio de Janeiro, e toda vez que recebíamos alguém novo na cidade, ele sempre fazia questão de levar lá no Cristo Redentor – mas quase nunca no Pão de Açúcar. Eu sempre reclamava, especialmente quando criança; achava que no Pão de Açúcar a vista vinha com o bônus de se andar de bondinho, o que certamente ganhava na minha preferência. Mas é que meu pai achava o Pão de Açúcar um morro muito bonito visualmente, e por isso ele preferia a vista do Cristo: não só dava para ver toda a cidade, mas ainda tinha  o Pão de Açúcar fazendo parte dela, o que não acontecia quando estávamos em cima dele. Era uma questão de gosto dele. Hoje eu acho as duas vistas muito bonitas e diferentes, cada uma do seu jeito, mas entendo o que ele quis dizer. E acho que o mesmo se aplica, por exemplo, à London Eye, já que a vista lá de cima é bonita, mas eu também adoro vê-la na paisagem. De certa forma, com o  The Shard é um pouco assim também: em cima dele, ou com ele na paisagem, a sua foto vai ficar muito bonita!

Mas bem, como é a visita? Vamos lá:

Visitando o The Shard

A saída de metrô mais perto é a London Bridge, na linha preta (Northern) ou cinza (Jubilee). Desça aqui e pegue a saída para o The Shard (há duas opções de saída, e é muito bem sinalizado). Do metrô, é só entrar na The Shard Arcade e seguir até a entrada principal do The Viewing Gallery of the Shard.

A recomendação é comprar o ingresso com antecedência pela internet, por dois motivos: o primeiro é que o preço é mais em conta (comprando na hora fica 5 libras mais caro) e é mais garantido de, pela internet, você ver se o dia que você quer está lotado, bem como “slot” de tempo do pôr do sol (na hora pode estar lotado e com uma fila enorme, sem contar que há o risco de não ter mais vaga disponível). Se você quiser, pode comprar pela internet direto no site da Viator aqui – você vai observar que há até uma opção de comprar só o ingresso ou o ingresso + 1 taça de champagne (preciso só esclarecer que eu sou afiliada da Viator, e isso significa que se você comprar por esse link você não paga nada por isso e curte seu passeio do mesmo jeito que comprando no site do The Shard, mas por aqui você ainda me ajuda a manter os custos do blog).

Dali, somos guiados para o raio X de segurança e de lá, para o elevador. A subida é feita por dois turnos: um elevador até o 33° andar e outro até o 68°. Os elevadores são automáticos e em todos os cantos tem funcionários para orientar os visitantes.

No 68° andar já estamos a 243 metros de altura, e um lance de escadas nos separa do 69° e do primeiro nível do mirante.

É aqui que já rola um “WOW” pela vista – especialmente com o tempo bom.

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O mirante é panorâmico, e dá para ter uma vista 360° da cidade, desde atrações pertinho (a Tower Bridge está logo ali do seu lado, toda bonitona) até lugares mais distantes, como o Wembley Stadium.

Londres do Alto 3

Londres do alto 2

Eu não sei vocês, mas eu tenho um certo medinho de altura (e mesmo pulando de para-quedas e de bungee jump o danado não some). De modo que dava uma certa vertigem se aproximar das paredes de vidro para olhar lá para baixo! 😯

O bacana desse nível é que há os “Tell-Scopes”, visores gratuitos e interativos espalhados nos quatro lados da plataforma, que permitem que você veja uma vista mais próxima daquela área, podendo “clicar” em prédios e construções para saber mais informações sobre elas. (Bônus: eles tem o idioma português disponível!).

O que eu gostei mais do “Tell:Scope”: você pode escolher a visualização de dia, ao pôr do sol, de noite, a “normal” (fiel ao horário e ao tempo em que você está – chuvoso, por exemplo) e por épocas (tem a Londres Medieval, da Dinastia Tudor, pós 1800, século XX… bem legal para quem adora história).

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Há também sinalizações mostrando o que você consegue ver de cada lado da plataforma.

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E porque alturas são sempre inspiradoras, tem também um pequeno bar servindo champagne, para quem achar que a vista merece uma taça (eu acho que qualquer coisa merece um champagne). 🙂

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Mas se você preferir, suba para o nível seguinte, no 72° andar, em que a vista é mais alta – e tem um ambiente mais “lounge” também.

Aviso: O “primeiro nível” é climatizado e protegido, mas o segundo é semi-aberto. Isso significa que se o tempo estiver ruim ou chuvoso, vai influenciar sua experiência lá. Se estiver frio (como estava, quando eu fui), é só colocar de volta o seu casaco. E se o tempo estiver quente e bom… Ah, peça um champagne e comemore a vida! 🙂

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Reparem nas laterais vazadas, sem vidro!

Eu fui agora no final de novembro, e o último andar estava todo decorado com uma temática “gelada”, especialmente para essa época do ano: um carpete branco, neve “fake” e “cristais de gelo” aqui e ali.

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Confesso que na hora em que fui, de dia, parecia meio tosco, mas eu vi eles testando a iluminação para uma festa que teria logo à noite: tinha uma iluminação meio neon que dava um ar todo diferente e “Frozen”. Aí sim, ficou bem mais bacana! 🙂

A vista não é muito diferente do nível abaixo, mas a diferença maior seria o fato de que as paredes tinham apenas “uma lâmina” de vidro, o que dava menos reflexo nas fotos (ok, não é uma diferença muito grande, mas para quem estava lá fotografando – como eu e vários – fez uma boa diferença!).

Londres do Alto

O bar é também mais interessante – também com a temática gelada e com o bônus de ter alguns “cristais” servindo de bancos para admirar a paisagem. Estava frio, também, já que era semi aberto – mas isso certamente combinava com a decoração!

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Em tempo: o preço do champagne, aqui, é o mesmo que o do andar de baixo, mas acho aqui o ambiente mais legal. Mas acho que isso vai depender do horário da sua visita e certamente de qual bar estiver menos cheio! 🙂

Mas de qualquer forma, para quem quiser fazer um brinde: os preços eram bem acessíveis (pelo menos, né? Já que o ingresso é meio salgado).

Bem, basicamente o The View of The Shard é isso: não tem muito o que fazer lá em cima, mas a vantagem é que você não precisa ter pressa nenhuma e pode ficar o tempo que quiser: curtir seu champagne, seu papo e sua vista no lugar à vontade.

Dica: o The Shard é o campeão no quesito propostas de casamento. Quase todo dia tem uma acontecendo por lá – dizem que a primeira proposta de casamento aconteceu ali 10 minutos após a primeiríssima abertura do mirante para o público. <3

Agora, depois de falarmos de casamento, de decoração Frozen e champagne, posso contar uma coisa meio… inusitada?

Bem… são os banheiros!

Os banheiros do The Shard ficam um andar abaixo. São arrumadinhos, limpinhos e… super desinibidos. 😉

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Pois é, esse é o banheiro do The Shard: toda a parede ao lado da privada é de vidro, de frente para o Tâmisa. E a vista do “trono” é todinha para a Tower Bridge.

E para comentar mais ainda: o toalete fica bem pertinho da parede de vidro. Alô para quem tem vertigem!

Pois é… você nunca imaginou que poderia curtir uma vista dessas num momento de tanta… intimidade, né? 😉

Sim, essa é a vista que se tem... do toalete! :) E a coisa mais engraçada é que os banheiros ficam em um dos melhores ângulos para fotos!
Sim, essa é a vista que se tem… do toalete! 🙂 E a coisa mais engraçada é que os banheiros ficam em um dos melhores ângulos para fotos!

Informações gerais:

Endereço: Joiner Street

Estação de metrô mais próxima: London Bridge, nas linhas preta (Northern) e cinza (Jubilee)

Linhas de metrô que passam por lá: 43, 48, 141, 149 e 521.

Quanto custa e como comprar: A compra online com antecedência é mais barata – os valores são de £25,95 para adultos e £19,95 para crianças. Dá para comprar na hora também, mas é mais caro e arriscado: o valor na hora é de £30,95 e £24,95 para crianças, mas corre o risco dos “espaços” estarem esgotados (eu fui num dia em que estava bem vazio, mas sempre ouvi comentários de que o espaço é bem lotado!).

Horário de funcionamento: de 10 da manhã a 19:30 (de novembro a março) e 22:00 (de abril a outubro). Você vai precisar decidir o horário em que vai visitar na hora de fazer a reserva. Minha dica é tentar reservar o horário do pôr do sol e chegue com 40 minutos de antecedência para dar tempo de chegar até lá. Para evitar problemas, tente pesquisar no Google o horário do por do sol esperado em Londres no dia em que você pensa em visitar o The Shard, e marque para próximo deste horário. Sim, há sempre o risco do tempo estar ruim quando a gente compra com antecedência, mas você pode dar sorte: neste horário do pôr do sol, não é raro o tempo dar uma colaborada, mesmo se tiver chovido o dia todo.

Dicas para mães: Carrinhos de bebê não são permitidos lá no alto (descobri isso porque dois casais na minha frente tiveram que deixar seus carrinhos com a recepção). Então, se você for com os pimpolhos bem pequenininhos, veja se consegue levar um sling para descansar o seu braço!

A blogueira e jornalista visitou o The Shard com o apoio da empresa. Convites e apoios como esse somente são aceitos quando são realmente relevantes para os assuntos tratados aqui no blog e quando acreditamos que podem nos ajudar a testar e a trazer mais informações e novidades legais para vocês. Porém, todas as opiniões, dicas e conclusões descritas no post são fruto da experiência da própria autora.

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Clarissa Donda
Sou jornalista e escritora. Eu criei esse blog como um hobby: a idéia era escrever sobre minhas viagens para não morrer de tédio durante a recuperação de um acidente de carro. Acabou que tanto o blog quanto as viagens mudaram a minha vida (várias vezes, aliás). Por isso, hoje eu escrevo para ajudar outras pessoas a encontrarem as viagens que vão inspirar elas também.

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