Visitar um mesmo hotel duas vezes, com um enorme intervalo de tempo entre uma ida e outra, tem lá suas vantagens: além de poder perceber melhor as mudanças, a capacidade de avaliação fica mais aguçada, uma vez que as necessidades como viajante mudam de lá para cá. E a maturidade do olhar, também.

Conheci o Royal Palm Plaza Resort Campinas em 2002, numa convenção da empresa em que trabalhava, na época. Minha lembrança era o uso do resort especialmente para eventos de grande porte – e não deixa de ser, afinal em se tratando de convenções empresariais o Royal tem uma estrutura excelente para isso, com restaurantes, quartos e salas de reunião de primeira qualidade.

Ah, e de eventos também. Porque lembro, inclusive, de ter lido pouco tempo depois, na época em que fui, que a Sandy organizou um super desfile como festa de aniversário dela por lá. Coisa tipo Caras, sabe?

Na época, o hotel era menor do que agora – e, mesmo assim, já oferecia uma estrutura bem grande.

Vista aérea do Royal Palm Plaza. Crédito da Foto: Royal Palm Plaza & The Palms

E, o que observei nesta segunda visita, quase 10 anos depois neste agosto de 2012, me lembraram ainda algumas coisas, e me surpreenderam em outras. A estrutura de suporte a eventos de empresas e recepção a grandes grupos continua a mesma (para celebridades, inclusive. Só que agora não era mais Sandy, e sim o Luan Santana e toda sua equipe que eu dei de cara quando fui fazer o meu check-in. O tempo muda mas o sertanejo permanece!).

Mas para um hotel que tanto me lembrou trabalho, hoje me mostrou uma estrutura que cresceu bastante para receber casais (em lua de mel, seja a tradicional de pré-casamento ou a esporádica e necessária que um casal merece e vez em quando) e famílias. Acho que isso explica o porquê de estar vendo o hotel tão presente nas opções de destinos bacana para descansar com a família em feriados, fins de semana e datas especiais.

O resort tem duas áreas: o Royal Palm Plaza, hotel que já existe há 15 anos e que vem sendo renovado, reformado e reinventado desde então. Já tinha uma sólida estrutura de eventos, que lembro bem quando tinha ido em 2002.

Já a segunda área é o The Palms,  o hotel boutique do grupo inaugurada em 2009, e fica no mesmo resort, mas com recepção e entradas separadas. A diferença já começa na decoração, moderna, que faz com que a gente sinta a diferença (quase um cheirinho de novo no ar) ao andar em direção aos quartos…

Este corredor separa a recepção e as demais dependências do Royal Palm Plaza da área boutique do The Palms. Os tons de madeira já dão a “cara” da nova decoração.

Inicialmente o The Palms foi criado para atender os clientes business,  mas – cá para nós – as instalações estão sob medida para cair no gosto de famílias e casais buscando um momento a dois. As instalações são  aconchegantes e silenciosas.

Fica aqui uma recomendação: conhecemos ainda os quatros do Royal Palm Plaza, diferentes dessa parte do The Palms. Também bastante confortáveis e, em termos de localização dentro do resort, mais próximos das áreas de lazer. Mas, sei lá, eu gostei mais do lado de cá. Não sei se pelo conceito, pelo design dos quartos ou pela preferência inconsciente pelo fato de ser mais novo – ou, sobretudo, por uma opinião pessoal mesmo, daquelas que a gente não sabe explicar melhor o porquê. Então, se eu voltasse com família ou acompanhada, optaria por ficar no The Palms de novo.

E, surpreendentemente: a diferença de preço não é grande. Vale a pena comparar na hora que você for fazer a reserva!

E, importante: o wi-fi pega muito bem por lá (só o chato é que é pago à parte).  🙁

Um dos quartos do The Palms. O número de camas (e se for de casal ou solteiro) pode ser definido na hora do check-in. Crédito: Royal Palm Plaza & The Palms

Os quartos podem ter camas de casal e solteiro – o espaço permite colocar até 3 camas, para conforto da família. Mas o auge do mimo é o “menu de travesseiros”: é um cardápio com opções de travesseiros aromatizados com ervas relaxantes, adaptados para problemas de coluna, etc. Mimo delicioso para quem ficou o dia todo em reunião – caso dos hóspedes business – ou simplesmente ficou relaxando na piscina mas que precisa, sei lá, descansar ainda mais. Afinal, piscina cansa! 🙂

A proposta de oferecer um serviço premium (soubemos depois que essa área foi eleita o Melhor Hotel de Luxo de 2009 pela Quatro Rodas) se reflete, como todo cuidado, na atenção aos detalhes: na decoração, na qualidade das roupas de cama e banho, nas miniaturas da linha Verbena da L’Occitane para uso no banheiro. Delicado e aconchegante para ir a dois.

O banheiros são espaçosos, equipados com banheira e chuveiro em separado, para não rolar briga nem fila na hora do banho!

E a área de lazer, bem… A piscina é enorme e convidativa – embora bem fria, quando fomos (seria minha única ressalva). Não sei se reflexo do tempo (era agosto, pleno inverno campineiro apesar do sol), mas certamente isso não será um problema no verão! Para quem não é chegado à água fria, a alternativa é espreguiçar-se nas cadeiras ao redor da piscina ou buscar o calor da jacuzzi, que fica ali em cima da fonte. Problemão, né?

Crianças também tem o espaço delas. E que espaço: colorido e com direito a tobogã na água, a área infantil da piscina é supervisionada por uma equipe especializada, de modo que você pode “esquecer” o seu filho lá durante a tarde – eles, provavelmente, não vão nem reclamar – e pode curtir alguns momentos de descanso. Tipo do lugar em que todo mundo sai ganhando! 🙂

 Conversando com os garçons – todos simpaticíssimos, aliás – descobrimos que o proprietário é um português. Os restaurantes já davam as pistas: restaurante Vila Real (onde é servido os cafés da manhã, almoços e jantares, no sistema buffet, todos os dias a todos os hóspedes) e o Bar Pessoa (bistrô intimista inspirado no poeta).  Talvez isso explique, de certa forma, a atmosfera familiar e hospitaleira que o resort tem, bem própria dos costumes portugueses, que faz a gente se sentir bem acolhido.

Bar Pessoa: não se engane pelo vazio. Às vezes músicos convidados fazem shows por lá, organizados pelo hotel. Estava acontecendo um quando fomos, e era impossível entrar no recinto de tão cheio. Crédito: Royal Palm Plaza & Resorts

E, como é regra em todo resort, há fartura. Muita. Responsabilidade principalmente do Vila Real, aberto a todos os hóspedes do hotel e a participantes do evento (visitantes de fora também podem almoçar ali, pagando à parte), desde o café da manhã até o jantar. Sempre há músicos tocando ao vivo, e nos sábados o destaque é da feijoada, eleita por três anos consecutivos a melhor de Campinas.

Eu não posso afirmar isso, porque feijoada não é muito a minha praia. Mas há sempre pratos alternativos para agradar os paladares presentes. 

Mas há que abrir um parênteses para fazer duas recomendações gastronômicas: a primeira é esquecer a dieta e permitir-se experimentar o pudim de leite e o quindim, oferecidos no buffet de sobremesas do restaurante Vila Real. São tão requisitados – e recomendados – que justifica manter sempre uma bandeja de cada no buffet, ao contrário de todo o menu, que sempre é alternado conforme o cardápio do dia. Mas essa dupla permanece onipresente – periga você experimentar e chegar à conclusão de que nem a receita caseira da vovó fazia tanto sucesso assim!

Outra excelente pedida é o café ou o chá de hortelã (mas peça o que é feito com a folha natural, e não o de saquinho). Demora mais, mas vale a pena – o toque refrescante vai muito bem na hora de finalizar a refeição, e vem acompanhado das clássicas trufinhas de chocolate branco com limão da casa. Tipo dos acompanhamentos que justificam a máxima de que “o segredo está nos detalhes”.

Há também três opções de restaurante para aqueles momentos especiais que pedem uma experiência mais reservada. E a la carte, claro. Para esses, o resort conta com a Adega Cave do Ouro, que transcende a mera oferta de vinhos (à propósito, uma carta bem diversificada) para oferecer também pratos especiais: o fondue é a especialidade da casa e é considerado um dos melhores de Campinas. Pedida quentinha para deixar o inverno ainda mais gostoso.

Ah, e fiquei sabendo que acontecem recepções de casamento ali também, daquelas bem intimistas (tem que ser, porque o lugar não comporta muita gente). Mas fazer uma celebração micro, só reunindo quem é especial, e numa adega, é uma alternativa charmosa, especialmente para os apaixonados por vinhos, não?

O menu de opções de restaurante a la carte segue refinadíssimo com o La Palette, intimista e refinado. Mas apenas para a janta: o restaurante está aberto das 19 às 23 horas, de segunda a sábado.

 Outra opção é o Terraço Gourmet, que ganha este nome pela varanda agradável onde os hóspedes podem se sentar durante as refeições.  É circundado por um lago cheio de carpas coloridas, que completam o clima zen do local, além de fazer a alegria das crianças (numa parte da varanda o chão é de vidro, permitindo andar “sobre as águas” e vendo os peixinhos dali de cima.

O espaço é gostoso para um almoço descontraído, com a combinação indefectível de comida gostosa com barulhinho de água corrente ao fundo. Mas me pareceu uma boa opção também para recepções de empresas ou um almoço comemorativo, por exemplo.

Mas, em nossa opinião, o grande trunfo do Royal é a parte reservada às crianças. Dito isto por quem não tem filhos, mas virou uma criança grande lá dentro.

O nome desse trunfo atende por Miniville, uma “cidade” fofa toda a vida feita só para os pequenininhos até 6 anos. Enorme, ao ar livre, e cada espaço com uma “cara” bem infantil e deliciosa.

A começar por esse avião simpático, cujo interior tem até uma “sala de comando” com computadores para as crianças brincarem. E quando a brincadeira cansar, nos fundos do avião tem um tobogã. Sabe como é, aviões precisam de uma saída de emergência…

 Um enorme navio também é palco de brincadeira. Com direito a um convés, um porão e um leme para pilotar mares bravios imaginários com toda a segurança. Adultos podem participar da brincadeira também: o espaço no interior do navio é suficiente para um adulto entrar, só que tomando cuidado com a cabeça. Só não vale dar pitaco na brincadeira dos pequenos!

 O bacana é que, em horários determinados pela equipe de recreação, alguns personagens participam das brincadeiras, fazem teatrinhos e interagem com as crianças – embora isso não impeça de deixar as crianças brincando por lá fora de algum desses horários, com total liberdade.

Mas até acompanhar as artes dos pequenos, aqui, não é um problema. As instalações são tão encantadoras que mesmo quem não tem filho (nós!) volta no tempo por alguns instantes!

A casa de bonecas tem dois andares, com direito a cama, sala de estar e de jantar, cozinha com fogão e geladeira e até uma penteadeira. De dar inveja a muita casa de adulto por aí.

Não nego: entrei em todos… e fiquei com uma inveja secreta das menininhas brincando de casinha. Ah, se eu tivesse isso no meu tempo…

Um castelinho de verdade está à disposição dos pequerruchos, e serve de cenário para peças teatrais organizadas em determinadas horas do dia.

 Crianças maiores de 6 anos – adultos, inclusive – tem sua brincadeira à parte: o Katakuka. Trata-se de um jogo que pode ser aplicado para adolescentes ou adultos, especialmente no caso de eventos corporativos, como uma forma de trabalhar a liderança e o trabalho em equipes. Não o vimos funcionando, o que foi uma pena, mas a estrutura do  “jogo” já sugere que as atividades ali são bastante interessantes. Encenando uma espécie de  civilização perdida (ocas, paredes de terra, tetos imitando palha e desenhos tribais dão conta do “clima” de desafio), os participantes se dividem em times e, orientados por monitores, têm que enfrentar uma série de desafios, em que todas as provas obedecem a um contexto dentro da “imersão” na civilização perdida. Chega a durar um dia ou dois, no caso de feriados, e é organizado à parte pelo hotel, seja para empresas ou para atividades especiais com crianças.

Bateu uma curiosidade de ter experimentado um jogo desses. Para quem tem filho adolescente, vale a pena conferir com o hotel se uma atividade como essa poderá ser agendada.

Vista noturna do Katakuka. Crédito da Foto: Royal Palm Plaza & Resort

E há também o parque de diversão dos adultos – embora com muito menos adrenalina, se é que você me entende. Mais para um cantinho para fugir do mundo, a Casa de Campo do Royal Palm Plaza responde por um complexo aconchegante, todo voltado para o bem estar e cuidados com o corpo. Nele existe um fitness center amplo e totalmente equipado liberado para uso dos hóspedes –  bom para quem tem não dispensa academia nem nas férias, mas também bastante convidativo já que telões espalhados pela sala e paredes envidraçadas de frente para o verde tiram qualquer ar de monotonia para quem não gosta do ambiente enclausurado de uma academia tradicional.

E coladinho ali, fica o Spa Collection, uma área à parte (terceirizada) do resort, que oferece uma série de tratamentos para o corpo e rosto. Se a idéia for relaxar, cuidar do corpo, organizar o seu Dia da Noiva ou cuidar da estética com massagens modeladoras e peeling, é possível escolher um dos pacotes propostos pelo spa.

Nossa opinião? Existem massagens vendidas no período de meia hora e uma hora – mas se possível, opte por este último. Fizemos o “back massage” por 30 minutos: é uma delícia, mas quando a gente começa a relaxar de verdade já está na hora de terminar. 

E outra: não marque nenhuma atividade séria (tipo uma reunião importante) logo depois. Com meia hora de massagem foi difícil levantar; um sinal de que a opção de uma hora inteira é para relaxar até o último músculo do corpo…

Quem não quer fazer massagens mas quiser usufruir do espaço pode pagar uma diária de 19 reais à parte e ter direito ao uso da piscina, jacuzzi e sauna durante todo o dia.

A piscina é esta da foto, e a jacuzzi está imediatamente na frente. É só pular de uma para a outra! 😉

E no fim, o que achamos? Foi bem uma experiência do tipo “tudo isso no resort mais perto de você”. Porque fica bem pertinho do aeroporto de Campinas e próximo à Sampa City. Ou seja, dá para organizar aquele pit-stop para recarregamento necessário de baterias no fim de semana e voltar para a corrida do dia-a-dia rapidinho. E se cansar de descansar, Campinas está ali, com seus barzinhos e vida noturna à disposição. São Paulo idem – a distância é só o suficiente para dar aquela sensação de “vamos fugir?”. Aliás, letra de música que pode até não ser sertanejo, mas que combina com lá, combina.

Esta blogueira viajou em agosto de 2012 a convite do Royal Palm Plaza Resort Campinas.

 

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