O primeiro pernoite do passeio é feito em uma cidadezinha bem pequena, praticamemente uma vila, no meio do deserto. A chegada é em torno de umas cinco horas da tarde, bem na hora do pôr-do-sol (que, diga-se de passagem, é espetacular).

A cidadezinha é minúscula. São simplesmente algumas fileiras de casinhas de tijolos bem simples, todas da mesma cor, com as portas e janelas viradas para a parte de dentro das ruas e da cidade (então, ao andar nas ruas, você passa por uma série de casinhas sem nenhuma porta ou janela – parece uma cidade fantasma!). Dá para ter uma noção pela foto abaixo, quando resolvemos “dar um rolé” para ver o pôr-do-sol.
O motivo dessa disposição é proteger a entrada das casas do vento e da poeira do deserto. Haja vista que todas as casas são absolutamente da mesma cor… Cor de poeira…

Mas faça-se justiça. Fomos bem recebidos nas “pousadas”, que são nada mais que as casas dos próprios moradores que construíram quartos separados e banheiros para receber os viajantes. E se você sobe em uma janelinha da “pousada” é possível ver vários trucks idênticos aos seus chegando sozinhos de pontos diferentes do deserto e sendo cuidadosamente recolhidos pelas casinhas.

O serviço é bem simples, mas com o conforto suficiente para mostrar que o lugar é uma espécie de oásis do deserto. Camas e quartos separados, roupa de cama. Os banheiros ficavam do lado de fora (na foto abaixo, dá para ver uma portinha de um cômodo separado, com uma mini-chaminé). Água é de poço e luz é de gerador, mas devem ser usados com parcimônia e tem horário para tomar banho.

Ah importante! Nosso banheiro tinha água quente para o banho! E lembro que isso é muito importante, porque já era noitinha, e a temperatura do deserto cai para uns agradáveis 10 graus…

A cidade de San Juan não tem muita coisa: mas todas as lhamas têm chiquinhas!!!!!!!
Eu e Rochane tentamos dar uma voltinha na cidade para conhecer, o que se resumiu a seguir uma rua e voltar, tudo isso dentro do tempo em que ainda tinha sol.
Ah, o pôr do sol… Merece um comentário! Não deixem de curtir esse momento, sério! Como o deserto é muito seco e quase não tem umidade, as cores do crepúsculo assumem uma tonalidade mais intensa, um degradê de cores mais forte… O céu todo fica rosa… Lindo!
Mas como não existe nenhum tipo de poste iluminando as ruas da cidade e as janelas das casas são todas para dentro, quando acabou o sol ficamos num breu total. Aí honestamente rolou um “medinho” e a gente correu para a “pousada”.
A refeição é servida em torno das 20 horas e é farta para todos: arroz, sopa de legumes, salada, frango e carne. E, sempre, aparecem uns garotos da cidade que se propõem a cantar músicas locais para os turistas enquanto comem, em troca de alguns trocados. Obviamente ninguém te pergunta se você está a fim dessa imersão cultural, mas é amigável se todos realmente derem alguns bolivianos para eles – até porque eles vivem disso…
Bom, eles desligam a luz às 21 horas e você não escuta absolutamente nenhum som em toda a cidade além disso. Então a opção é dormir cedo mesmo.

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Clarissa Donda
Sou jornalista e escritora. Eu criei esse blog como um hobby: a idéia era escrever sobre minhas viagens para não morrer de tédio durante a recuperação de um acidente de carro. Acabou que tanto o blog quanto as viagens mudaram a minha vida (várias vezes, aliás). Por isso, hoje eu escrevo para ajudar outras pessoas a encontrarem as viagens que vão inspirar elas também.

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