Mais ou menos uma hora de viagem depois do hotel de sal, chegamos na Isla del Pescado (ou “ilha do peixe”, devido à semelhança da sua forma com o bicho.

É, efetivamente uma ilha de verdade, só que antes era em um lago… E hoje, é no meio do sal!

Geralmente as excursões param ali para fazer o almoço. Os turistas saltam e pagam a taxa de visita da ilha, no valor de 1 dólar, e vão conhecê-la, enquanto o motorista prepara a comida.
A ilha é relativamente pequena e praticamente toda formada por pedras e cactos, com várias trilhas para se ir subindo e admirando a paisagem (que é, cada vez mais, branca, branca, branca), e que, ao contrário de te cansar a vista, ainda tem uma beleza te rouba o folêgo…

 Rouba o fôlego literalmente, aliás… Estamos aqui a uns bons 3.660 metros de altitude, então fazer a tal subidinha das trilhas que te levam ao topo da ilha, e que você jura que vai tirar de letra porque não é tão íngreme assim, te obriga a parar várias vezes para respirar…

É também neste momento do primeiro dia que você percebe que, além dos problemas de altitude, um deserto é tudo aquilo que se espera de um deserto: são mais ou menos meio dia, o sol está à pino, escaldante, saariano, e incide impiedosamente a noventa graus sobre você, e a ilha só tem cactos, que é o tipo da planta que nem se comove de te oferecer uma réstia sequer de sombra para proteger a cabeça.

Sim, é debaixo desse sol e desse calor que você vai almoçar!

 O almoço o motorista prepara num forno a gás portátil, e tem arroz, frango assado (o tal “pollito asado” deles) e outras coisas que honestamente nem lembro, porque não comi… O detalhe vai para a coca-cola, que é servida na temperatura ambiente (40 graus??), porque, obviamente, no deserto não tem gelo.

 PS: Preciso dividir com vocês que nem tudo é uma maravilha…

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 Lá no hotel de sal tinha uma barraquinha vendendo salgadinhos, e eu comprei um pacote de batata frita, porque tava morrendo de fome. E, como o pacote vinha embalado e lacrado bonitinho, achei que não tivesse problema. Mas chegando na isla del Pescado eu comecei a passar tão mal que vomitei simplesmente o pacote todo. E, deste dia em diante, simplesmente não comi mais nada – nem o tal almoço, nem a janta – exceto por uns nacos de pão duro (e puro!) que eu havia comprado em Villazón. E, as poucas vezes que comi algo que não fosse pão, eu vomitava tudo!

 Com base nisso, já adianto para vocês o meu saldo dos três dias no deserto: emagreci horrores. Um verdadeiro spa!

 Ah, e lembram das descrições sobre como funcionam as privadas bolivianas? Então, não sofri muito com esses perrengues – simplesmente porque não tinha comida que fizesse esse caminho todo!

 Ah, dor de cabeça também. Muita. Lancinante. Intermitente.

 E a razão de tudo é: altitude. Então, realmente eu sugiro que quem quiser fazer o mesmo passeio e não tenha nenhuma ambição de emagrecer nem se incomode que a cabeça fique latejando loucamente, que dê um jeito de comprar as tais pílulas Soroche Pills. Eu não tinha nenhuma até então. E, como pude comprovar depois, elas salvam vidas!

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