Nossa filosofia viajante

Sou loucamente apaixonada por caminhos. Desde sempre.

Adoro a vista de caminhos se descortinando à minha frente, plenos de possibilidades, desafios e surpresas.

Coleciono, inclusive, paisagens de caminhos. De todo o tipo.
Estradas retas, por exemplo, cujo traçado se perde no horizonte até onde não se pode ver…

… me dão aquela sensação de que eu tenho todo o mundo ali, inteirinho à minha frente e à minha disposição para conhecer.

Tem também as estradas em curva, misteriosas, que dão aquela curiosidade de ir um pouquinho mais adiante…

… e sempre mais adiante, só para descobrir a surpresa que nos aguarda mais à frente, à medida que a gente vai avançando. E que nunca nos cansa  de prosseguir.

Gosto dos caminhos em aclives, porque me levam para mais perto do céu.

E também aprecio as estradas nas descidas…

…que me premiam com uma vista surpreendente para descansar os olhos enquanto canso os pés.

Com o tempo, a gente vai aprendendo várias coisas sobre os caminhos por onde a gente passa. Aprendemos, por exemplo, que são os caminhos simples que nos levam a lugares grandiosos…

… e que nem sempre a estrada está ali, marcadinha à nossa frente. Aliás, as vezes é até melhor!


Afinal, como diria o poeta, “faz-se o caminho ao andar”.

Compreendemos que, às vezes, o caminho pode ser para cima…

… ou para baixo!

Descobrimos que caminhar é escolher direções. E parar, também.

E a gente aprende, finalmente, que perder-se também é caminho. Nossa amiga Clarice Lispector já nos dizia isso.

Acho que a paisagem de um caminho é, de certa forma, uma metáfora da vida.

Até porque ela nunca revela o destino final, e sim o ponto de partida, que é sempre a partir da ótica de quem vê.

E, então, a paisagem faz o convite. Chama ao ritmo constante do  movimento… e ao mergulho através dela.

Uma estrada, portanto, só existe no olhar de um andarilho.

E cabe a ele aceitar o convite que ela faz.

Estradas, como a vida, são feitas para jornadas e não para destinos.

E é indo longe através delas que descobrimos o quão longe somos capazes de ir.

Gosto de caminhos diferentes.

Para conhecê-los, porém, paga-se às vezes o tributo de percorrê-los sozinho…

… mas a experiência, assim como a caminhada, é única.

Por isso, talvez, que eu tenha me tornado uma mochileira convicta.

Não pela economia, mas pelo desbravamento. Sou fã de janelas de carro e de ônibus.

Prefiro o pé ao metrô. Mil vezes curtir a paisagem rolando do que só visitas pontuais.

Afinal, um traçado é sempre mais rico do que um ponto!

Volta e meia, é claro, curto o prazer de olhar para trás e ver com orgulho (ou não) toda a trajetória que percorri até agora…

Mas sei lá… Nesses momentos nem perco muito tempo olhando por onde passei.

Porque no fundo o que me interessa é para onde vou.

E isso eu ainda não decidi, para ser sincera. Mas esse é o bacana dos caminhos…
Eles começam a existir quando a gente os escolhe.

17 COMENTÁRIOS

  1. Clari, parabénssss pelo blog ! Finalmente consegui parar e olhar tuuuddooooo… amei, ameiii demaissss ! E essa descrição é realmente perfeita. Que vc siga muitos e muitos caminhos ao longo da sua vida e continue sendo essa pessoa que surpreende a tudo e a todos no que se propõe a fazer. Bjos, Carlinha

  2. Fiquei maravilhada com o seu blog!!
    Muitissimo parabééns!! Não só pelo blog, mas pela sua sensibilidade…
    A vontade de viajar só aumentou!!
    Beeijos, flor!

  3. Olha o que eu encontro por aqui!!!! Essa web é realmente um mundo mesmo!! Aqui é o Rodrigo (ex-BI Dufry)! Como vc está? Que blog animal…. em casa perderei tempo lendo tudo!!! PARABÉNS!

    bjs

  4. Oi, Rodrigo!
    Que bom que você gostou do blog! Aos poucos tô tentando arrumá-lo e deixá-lo mais bacana!
    Quem também está nessa vida online é a Sut. Ela tem um blog sobre viagens com crianças (que tá até ficando bem famoso!), já que agora ela anda por aí com a filhinha dela (linda, por sinal!) à tiracolo.

    Dá uma visitada nela tb! O endereço é http://viajandocompimpolhos.wordpress.com/

    Que bom vê-lo (virtualmente) de novo!
    Beijão pra vc e a Bel,

    Cla

  5. Que post poético e de sensibilidade! Tb adorei as fotos dos caminhos, me fez percorrer junto as trajetórias.
    Agora vou olhar o resto do blog, que parece bem completo. Passa lá para conhecer o meu também!!
    Até!

  6. Primeira visita e gostaria de deixar aqui um bravo pelo blog. Que suas escolhas/caminhos te façam feliz.
    Moro em Paris e se um dia precisar de alguma coisa nao hesite em entrar em contato.
    Abraços
    Laura Prospero
    @lauraemparis

  7. Clarissa…
    Que blog mais inspirador! Adorei o poema sobre caminhos… que lindo!
    Fico feliz de ter tido a chance de percorrer alguns caminhos contigo!
    Super beijo
    Gil

  8. Clarissa, não olhei nem 1% do seu blog e já fiquei completament apaixonada! Ele tem conteúdo, que é algo que está faltando à maioria dos blogs de viagem que tenho visitado. Parabéns mil vezes! Vou correndo assinar. Beijos.

  9. Clarissa, nao te conheço, alias hj acabei de te conhecer e estou encantada, maravilhada, que ternura nas palavras, revelas muita sensibilidade, deves ser uma pessoa fantástica , estou com os olhos cheios de lagrimas, tenho vontade de chorar tanto que virasse um rio a levar a dor que sinto por nao ter levado essa vida de mocileira, porque sempre falei, pensei, mas tive medo, mesmo porque morando em uma cidade muito pequena , longe de tudo, onde ninguém falava em conhecer o mundo,…nao tinha internet … Hj dom 59 completarei em maio, vou tentar realizar um pouquinho desse sonho. Obrigada por este blog maravilhoso, vou começar a desvenda-lo! Que Deus a acompanhe sempre

  10. Engraçado como a vida é…as pessoas sempre acharam estranho meu gosto por fotografar paisagens e caminhos em vez da imagens cotidianas habituais de pessoas. gosto de fotografar gente bem, mas bem de perto. Como se desse para captar pensamentos, sensações. Mas prefiro a natureza, e os caminhos, dá prá sentir o sopro divino em criações extremamente simples ou estupendas. Faz um tempo, como se diz longo e tenebroso inverno, que parei. Mas estou voltando…gostei de conhecê-la, mesmo sem vê-la. Obrigada pelo encanto pela vida! Zezé

  11. nossa, EXTREMAMENTE apaixonante essa introdução! dá até pra sentir o frio na barriga de se encontrar em lugares e situações novos… e olha que nem li o resto do blog ainda, hehe. só fiquei intrigado (tipo criança, que aprende uma palavra da qual não sabe o significado mas fica repetindo mesmo assim) com uma expressão, que nunca tinha ouvido, na sua descrição pessoal: cosmeticamente ativa. que quer dizer?

    • Willian, “cosmeticamente ativa” foi uma expressão que eu meio que inventei, usando a licença poética do texto! 🙂 Quer dizer que, mesmo viajante e mochileira confessa, adoro creminhos, potinhos, cosméticos e similares!

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