Se de dia a vida está nas montanhas, seja esquiando no inverno ou curtindo trilhas no verão, a noite a vila de Whistler é particularmente calorosa – em todos os sentidos!

Eu tenho uma teoria de quando fui lá: Whistler é a Búzios do Canadá. Porque a gente pode trocar os biquínis e a praia de um pela montanha (com neve ou sem) e colocar as roupas de frio (muitas, por sinal), mas a atmosfera que fica é a de um lugar descolado, badalado e cheio de gente bonita, para lá e para cá. Sabe as lojinhas bacaníssimas e restaurantes diferentes, todos espalhados pelas ruazinhas exclusivas de pedestres? E aquele fluxo interminável de gente jovem (e digo jovem sabendo que tanto Búzios como Whistler é para os jovens de todas as idades), bonita, arrumada, vinda de todos os cantos do país e do mundo, andando, sorrindo e se divertindo? Pois é – difícil dizer de qual das duas eu estou falando, né?

Por isso mesmo, a noite em Whistler é um programa especial e parte, e merece ser aproveitada ao máximo. Por isso, aproveite que no inverno os dias são curtos e a montanha fecha mais cedo (em torno de 16 horas) para chegar de um agitado dia na neve, tomar seu banho e ficar pimpão/pimpona para aproveitar o escurinho da vida e descobrir o que fazer à noite em Whistler – e aqui a eu dou as dicas dos lugares que eu mais curti de paixão, e o porquê!

Então, aproveite. Afinal, à noite todos os gatos podem até ser pardos, mas adoram os lugares para lá de quentinhos! 😉

 

Restaurantes bacanudos

Araxi (4222 Village Square, Whistler) – Um dos mais bacanas da cidade, é especializado em frutos do mar, especialmente ostra (rola um oyster bar bem badalado, imperdível para os amantes da iguaria). Eu que não curto muito ostra, fiquei nos pratos principais, que eram uma delícia toda a vida. A comida é contemporânea e os pratos elaborados com combinações interessantes: por exemplo, o BC Dungeness Crab Roll, um rolinho de caranqueijo com toques aqui e ali de salmão e abacate. Quase tudo é feito com muito requinte. Dica: guarde espaço para a sobremesa, são um pecado (a nossa era o Black Forest Cake, um floresta negra reinventado com um mousse levíssimo de chocolate amargo e branco e amarena. Levíssimo e doce no ponto sem ser enjoativo – algo que geralmente eu não gosto nos doces de floresta negra tradicionais). Ah, e experimente a carta de vinhos e os drinques: eles tem ótimos rótulos da região da British Columbia (adorei um chamado Burrowing Owl, ou simplesmente “Coruja” – pode pedir assim, em português, que eles entendem!).

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Sobremesa Black Forest Cake, que foi servida para a gente. Crédito da Foto: John James Sherlock

[alert style=”2″]Dica de Drink: a bebida que eu descobri lá e que foi minha preferida absoluta até o final da minha viagem foi o icewine, o típico vinho da região, feito a partir de uvas congeladas. É branco, forte e licoroso, como um vinho de sobremesa – absolutamente apaixonante. Minha dica: eles tem um drink que leva icewine e vinho branco, e é servido com uvas geladas dentro da taça. Peça esse, sério – e depois você me agradece! :)[/alert]

Bistrô Bearfoot (4121 Village Green, Whistler) – Foi o meu favorito. Nosso, aliás – falo pelo grupo de jornalistas que estavam comigo neste dia. Chique toda vida, o Bearfoot é uma espécie de Baixo Whistler: chique, comida boa e muita gente bonita.

E quando eu digo muita gente bonita, é muita gente bonita mesmo. Uh lá lá. 🙂

A casa é separada da área de restaurante e a área do bar – essa, em especial, onde fica muita gente bonita bebendo em pé ou no balcão, com música ao vivo no piano e muitos risos aqui e ali. Ali, inclusive, é onde vê-se que é o ponto de encontro dos amigos mais bem abonados de Whistler, onde acontecem os brindes de comemorações e, porque não, os “esquentas” da galera (e isso independentemente se for pré-noitada ou pós jantar).

bar bearfoot
Bar do bistrô Bearfoot – A foto foi retirada do site do Bistrô, porque quando fomos as nossas fotos não ficaram muito boas – culpa da luz ambiente e, sobretudo, da fotógrafa aqui!

Ficamos no restaurante, que foi recomendado com mil louvores (tipo, “Vocês vão comer no Bearfoot hoje? Nossa, vocês estão muito bem, hein?). Aliás, coisa que eu não gosto muito, porque deixa minhas expectativas lá no alto e muitas vezes eu me frustro.

Mas o Bearfoot merece toda a pré-pompa que fazem dele – poucos restaurantes souberam se superar com uma atenção e uma qualidade como lá. Porque o básico que você faz lá é comer.

Uma dica: faça sempre uma reserva com antecedência (que pode ser feita nesta página aqui), porque o lugar é disputado. E ao fazê-la, pergunte sobre a possibilidade de começar o tour – isso mesmo, um tour! – na adega da casa, com 20.000 rótulos, o que a torna a maior adega do condado da British Columbia. Lá eles te convidam a abrir uma garrafa de champagne com uma espada (isso mesmo – confere o vídeo aí embaixo, filmado com a nossa companheira de viagem Luisa Modesto de cobaia!).

Segundo o sommelier de lá nos contou, durante as Olimpíadas de Inverno em Whistler, em 2010, todos os atletas vencedores de medalhas eram convidados a descerem na adega acompanhados de suas famílias, treinadores e equipes técnicas, para abrir uma garrada enorme de Moet Chandon e celebrar a medalha! Ou seja, de certa forma estar lá é ter um gostinho meio “olímpico”.

Depois, é a hora das refeições mesmo, que são servidas em pratos cheios de firulas e charmes. A especialidade é tudo: de frutos do mar e camarões macios a pedaços gentis de carne do tipo “come-e-derrete-na-boca”. Até um risoto de trufas brancas – aquelas italianas poderosas, que vêm lá de Alba, foram parte dos nossos mimos da noite. Ó, recomendo tudo, com olhos fechados!

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Peça uma mesa próxima ao bar (se estiver interessada no desfile de gente bonita) ou perto da cozinha, cujos pratos são preparados no balcão à vista de todo mundo! Adoro ter a oportunidade de ver esse cuidado com que preparam os pratos! O crédito da foto é da divulgação e do site do Bearfoot

Por fim, deixe espaço para a sobremesa, de verdade: peça o Nitro Ice cream, um sorvete que é preparado ao lado da sua mesa – e eu digo preparado mesmo: a massa do sorvete toma forma ao seu lado, com ingredientes base sendo misturados a uma temperatura ultra gelada – e enquanto o garçom vai explicando o processo, uma fumaça a la gelo seco sai da panela, enquanto o sorvete de baunilha vai tomando forma à medida em que a massa é mexida – e quando pronta, chega lindo e cremoso em nossa mesa, com porções de chocolate, pipoca e caramelo, para a gente montar o nosso “sundae” particular como quiser!

Como o meu vídeo ficou um lixo por causa da iluminação charmosinha (e, cá entre nós, por causa de alguns vinhos que eu tomei por lá), compartilho com vocês este vídeo do site deles, mostrando como é feito o sorvete!

Viu que bacana? Pois é, voltei apaixonada por lá (e vocês nem repararam, com tantos elogios, né?) 🙂

 

Bares animados 

Tem vários. Mas o indiscutível é o Garibaldi Lift Company (4165 Springs Lane, Whistler)o bar que fica exatamente em cima da bilheteria onde você pega a gôndola para subir à montanha de Whistler – basta subir uma escadinha vermelha ao lado esquerdo da bilheteria e voilá. 🙂

Mas porque ele é o melhor? A começar pela frequência: é onde eu encontrei a maioria do pessoal que curtia o pós-esqui, e que muitos desciam da montanha direto para lá, tomar uma bebida quente ou um drinque para esquentar o frio e curtir com os amigos. Resultado: maior concentração de gente bonita, esportiva e animada num lugar só.

E se isso ainda não te convenceu, espera eu contar que rola um DJ bacana que toca umas músicas lounge bem legais (eu salvei quase todas no meu celular) , a cerveja é boa e os preços são honestos em comparação com a média noturna de Whistler.

Fomos lá em duas ocasiões, e me pareceu que o melhor horário para se aparecer por lá, no inverno, é por volta de umas 18, a 19 horas, quando as pessoas estão naquele clima pós-esqui e pré-night. O atendimento é bem simpático e, na minha opinião, é tudo de bom para quem tá em Whistler de galera, com os amigos para confraternizar.

Ou, ainda, soltinho, sozinho e solteiro no Rio de Janei… ops, Whistler. As mesas são próximas e o clima, descontraído – combinação perfeita para se puxar uma conversa com a mesa vizinha. 😉

Bar do Garibaldi Lift Co. Crédito da Foto: Luisa Modesto

E, bem, quanto à comida: como mencionamos ali em cima, em Whistler o que não falta é lugar para se comer rezando, mas há que se dizer que os preços são proporcionais. Se você esquiou o dia inteiro, tá cheio de fome e quer comer alguma coisa bacana para matar a fome, mas não comprometer o orçamento, fica a dica: o Garibaldi tem umas opções bem bacanas de pizza e sanduíches, também a preços honestos, que embalam bem a fome  e o papo com os amigos.

Bar Experiência

Belvedere Iceroom: Eu confesso que fico na dúvida de dizer aqui o que é mais legal: se é a degustação de vodka (para quem adora) ou se é o bar de gelo, a -24 graus. Acho que os dois! 🙂 Trata-se de uma sala toda de gelo e mantida a -34 graus; e para entrar lá a gente recebe um casacão enorme, que segundo eles é usado pelos exploradores dos pólos, porque chega a aguentar até -40. 

Aí, entramos, acompanhados de um profissional que ciceroneia a gente em meio a diferentes tipos de vodka, todas da Belvedere, marca que patrocina a sala. Ele explica os sabores, a forma como são produzidas, a degustação (o que fez toda diferença para mim, que não sou fã da bebida e que juro, sempre achei que vodka era tudo a mesma coisa).

E aí, claro, a gente experimenta: a visita inclui os casacos e a degustação de 4 vodkas diferentes, e nela podem ficar até 12 pessoas na mesma sala.

Quanto ao casacão, ele ajuda bastante: mas basta um pouquinho mais de tempo para a ponta dos dedos começar a doer. 🙂

Vodkas WHistler

O valor da brincadeira é de 48 dólares canadenses por pessoa (valores de dezembro de 2013), mas é uma brincadeira interessante, especialmente porque todas as vodkas que experimentamos eram verdadeiramente deliciosas – e , acreditem, tinha fila de espera para poder entrar lá. O Belvedere Ice Room fica dentro do Bearfoot Bistro, que eu falei ali em cima, mas não é preciso estar jantando lá no restaurante para participar, basta fazer o agendamento normalmente e esperar no bar alguns minutos antes da hora marcada.

Para agendar é só ligar no telefone  604.932.3433 (extensão 1) ou mandar um e-mail para  info@bearfootbistro.com.

Noitada

Confesso: não fui a nenhuma – tava morta com farofa depois de tentar esquiar e escorregar o dia todo. Mas para quem tá na vibe de achar que a noite canadense é um bebê e que frio é psicológico, fica o aviso: para chegar nas festas de Whistler, basta seguir o som: à noite, especialmente perto da gôndola é possível ouvir o som ecoando das várias festas que estão rolando quentíssimas por lá.

Mas para te poupar de ficar procurando na noite fria, fiz uma pesquisinha e anoto aqui duas noitadas bombantes que descobri (segundo fontes baladeiras) que rolam por lá:

– Garfinkel’s: boate badaladona e famosinha de lá, que volta e meia recebe uns famosos que aportam por Whistler. Ótima música ao vivo com Dj intercalando nos intervalos. Fica na 4308 Main Street.

– Moe Joe’s: para quem curte música eletrônica e um clima bem “glow-in-the-dark”. Sim, porque lá tudo brilha no escuro mesmo. Vá no domingo, que é quando acontece a festa especial eletrônica, com ambiente escuro e  luzes estilizadas iluminando somente o que precisa ser iluminado: o bar, a sinuca, e o balcão. O resto é curtir no escuro para descobrir! 4115 Golfers Approach

Essa jornalista e blogueira visitou o Canadá a convite do CTC – Canadian Tourism Comission

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Clarissa Donda
Sou jornalista e escritora. Eu criei esse blog como um hobby: a idéia era escrever sobre minhas viagens para não morrer de tédio durante a recuperação de um acidente de carro. Acabou que tanto o blog quanto as viagens mudaram a minha vida (várias vezes, aliás). Por isso, hoje eu escrevo para ajudar outras pessoas a encontrarem as viagens que vão inspirar elas também.

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