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Se a sugestão de um mergulho no rio Tietê lhe parece uma brincadeira de mau gosto, você certamente nunca esteve nos arredores de São José do Rio Preto, no interior paulista.
A cerca de 450 km da capital, o Tietê é limpo, lindo e margeado por simpáticas cidadezinhas, que se orgulham de suas bem-cuidadas praias fluviais.
Adolfo, Sales, Mendonça, Ubarana e Buritama são os nomes de algumas dessas cidades, que mantêm condomínios residenciais, clubes e parques à beira do rio, com áreas de camping que recebem visitantes de cidades vizinhas nos finais de semana e feriados. O onipresente Tietê surpreende com sua beleza e magnitude.
A vocação econômica desses municípios é essencialmente agropecuária, com destaque para o cultivo da laranja, da cana-de-açúcar e da seringueira (exceto Ubarana, que é pólo de indústria cerâmica). Nas horas de lazer, no entanto, o que o pessoal curte mesmo é uma boa pescaria. “Porquinho” é o nome do peixe mais popular: pequenino e saboroso, vai à mesa como aperitivo ou prato principal. Outros peixes comuns na região são a traíra, o tucunaré e a curvina.
Apesar disso, a região ainda é desconhecida por quem não mora por perto. Não há muita estrutura para receber turistas e, talvez por isso, se tem a oportunidade de vivenciar o cotidiano gostoso do interior: comida simples, sorvete na praça, conversa na calçada. O site sobre a cidade de Adolfo (veja aqui), tem belas fotos que dão uma idéia das paisagens e da vida na região.
Pode-se chegar lá de avião – descendo em São José do Rio Preto – ou de carro. Partindo do Rio, o trajeto inclui as rodovias Dutra, D. Pedro I, Anhanguera e Washington Luís – todas estradas de ótima qualidade (mais informações sobre a viagem de carro no final deste post).
Uma sugestão é adotar São José do Rio Preto como base e, dali, explorar a região. Desenvolvida e organizada, Rio Preto, como é chamada, recebe vôos diários de diversas companhias e oferece várias opções de hospedagem. Vale a pena também reservar um tempinho para passear pela cidade: o calçadão (no centro) tem compras a bom preço, principalmente de calçados; o parque “Cidade da Criança”, próximo ao aeroporto, é uma grande área ao ar livre com brinquedos e espaço para piquenique; o restaurante Casa do Cupim tem área de lazer para entreter os pequenos e uma deliciosa picanha servida na telha com aipim; e o trailer do Prado, que funciona à noite na calçada oposta ao Riopreto Shopping Center, na av. Brigadeiro Faria de Lima, tem o melhor pastel que já comi na vida (e como fresca que sou, preciso ressaltar: é o trailer mais impecavelmente limpo que já vi!).
Para ficar mais próximo das praias fluviais, pode-se reservar dois dias para percorrê-las com calma e pernoitar em José Bonifácio, que fica a uns 50 km de Rio Preto e é a maior dentre as cidadezinhas da região (o Premier Garden Hotel, na entrada da cidade, atende a missão – e a Lanchonete Sucos e Salgados, na rua Nove de Julho, próxima à praça da igreja Matriz, vale uma parada: são os próprios donos que fazem os deliciosos sucos).
As praias que mais gostamos são a Prainha de Adolfo, próxima ao perímetro urbano da cidade (coisa de interior: pergunte a qualquer um na rua e ele indicará como chegar à praia), e a Prainha de Mendonça (também conhecida como “Prainha da Barra Mansa”), localizada às margens da rodovia SP-304. Ambas têm área de camping com quiosques. Mas, atenção: se você quer sossego, evite os feriados, quando as prainhas lotam. Além da quantidade enorme de gente, incomoda um bocado o hábito que alguns têm de deixar o carro estacionado com o som nas últimas. Portanto, recomendo a baixa temporada para que você possa aproveitar tudo que a região oferece.
Continuando as diversões aquáticas, outra grata surpresa é o parque aquático Thermas dos Laranjais (http://www.termas.com.br), na cidade de Olímpia, a cerca de 50 km de São José do Rio Preto – o equivalente paulista da cidade de Caldas Novas (GO). Me surpreendi ao ver o tamanho e a super estrutura do parque: duas praias artificiais, toboáguas de várias alturas, corredeiras, rio lento, piscina de surf, piscina com hidromassagem, piscina do sono (com espreguiçadeiras submersas sob palmeiras…hum!!!), cascatas e playground aquático. Detalhe: tudo com água quentinha, a maior parte dela aquecida por rochas submersas a mais de mil metros. Tem ainda guarda-volumes, loja de conveniência, lago com pedalinhos, bar molhado, pista de kart, quadra de vôlei de praia e quadra poliesportiva, além de uma seção de redes de EVA, para a hora da preguiça. Você pode comprar um ingresso para day use (refeições à parte) ou fazer um pacote de hospedagem no hotel do parque, que dá livre acesso às áreas de lazer. Para comer, há diversas lanchonetes e um restaurante. Só não espere muito da parte gastronômica, afinal nem tudo é perfeito.
Dentre os passeios que me foram recomendados, mas que ainda não tive a oportunidade de fazer, estão a estância hidromineral Termas de Ibirá e o passeio de barco pela represa de Buritama.
A estância hidromineral Termas de Ibirá fica no município de mesmo nome, a cerca de 45 km de São José do Rio Preto (e a 30 km de Catanduva), com acesso pela rodovia Washington Luiz (SP-310). O balneário tem águas vanádicas, alcalinas e bicarbonatadas – com propriedades cicatrizantes, antioxidantes e antialérgicas, segundo o site da prefeitura de Ibirá. As águas vanádicas são raríssimas e o caso mais conhecido é o de Vichy, na França. No balneário paulista, o visitante conta com banhos de imersão, duchas, saunas e piscinas, entre outras atrações. Também são oferecidos serviços estéticos e terapêuticos, mediante agendamento. Quem quiser prolongar a visita pode se hospedar em um dos hotéis ou pousadas do local. Para mais informações, visite aqui.
Já o passeio no barco Odisséia ocorre na represa (barragem) da usina hidrelétrica de Nova Avanhandava, na cidade de Buritama, a cerca de 100 km de São José do Rio Preto. Nesse passeio, além de um tour pela represa, é feita a transposição de uma eclusa. Para quem não conhece, as eclusas são sistemas de engenharia (como “elevadores de água”) criados para que as embarcações possam transpor os desníveis causados pelas barragens. No site da Odisséia Turismo, você encontra fotos, horários, duração dos passeios, preços, local do embarque e as características do barco. Vale também uma olhada na página da prefeitura de Buritama , que tem dicas de turismo. E, para ter uma ideia mais abrangente da transposição de uma eclusa, veja essas fotos aéreas no site Panoramio: uma mostrando a entrada da eclusa e a outra, a saída.
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Sobre a viagem de carro:
Para quem sai da capital fluminense, são cerca de 850 km, belas paisagens, um tanque e meio de gasolina e aproximadamente R$ 100,00 de pedágio, só de ida. Ao longo de todo o percurso, bons pontos de apoio são as lojas das redes Graal e Frango Assado, que têm lanchonetes/restaurantes, banheiros, conveniência e muitas vezes estão associadas a postos de combustível. Se estiver a fim de um almoço mais caprichado, uma boa dica é o restaurante Barbaresco, no shopping Centervale, que fica na rodovia Presidente Dutra, em São José dos Campos (o risoto de camarão é uma delícia). E se tiver um companheiro de viagens de quatro patas, o shopping Galeria, em Campinas, na rodovia D. Pedro, permite a entrada de cães de pequeno porte no colo dos donos. Dá até pra sentar e pedir um café!
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