Porque Perito Moreno? Porque, de todos os glaciares, este é a atração maior de Calafate e certamente uma das mais famosas da Argentina? As razões são várias, e eu explico com detalhes ao longo do post.

Por ser a atração mais famosa, todas as agências que existem na cidade levam para fazer um passeio de um dia por lá.

E aí, existem várias opções. Você pode pegar um barco que vai circundar todo o glaciar (se você quer conforto), você pode simplesmente visitá-lo ao longo de uma passarela (se você é básico) ou pode se juntar aos vários grupos que fazem trekking no gelo, usando aqueles grampones (uma espécie de solado de garras de ferro que amarramos na bota para aderir melhor ao gelo). Imperdível se você for radical!

Eu me considero uma – vamos lá – curiosa… Ou seja, inicialmente a última opção seria a escolhida… Mas como iríamos para El Chaltén no dia seguinte, que já tinha um passeio desse, resolvi economizar meu lado Dani Monteiro para quando realmente precisasse…

Então, optamos por esse tour alternativo, fechado no próprio albergue Los Pioneros, onde ficamos. Eles chamam este tour de “Tour Alternativo”, porque inclui, basicamente, chegadas e pit-stops em pontos e horários do parque que ainda não estão apinhados de turistas, o que permite ver o Perito Moreno e deliciar-se com toda sua grandiosidade sem ter que disputar a cotoveladas espaços com millhões de japoneses.

Para quem se interesse, os tours que fechamos são da própria Patagônia Backpackers, onde nos hospedamos. Fechamos os pacotes “Full Day Paine”, “Minitrekking em El Chaltén” e este Tour alternativo. Os detalhes e relatos de cada um desses passeios estão neste blog, e mais informações sobre os passeios podem ser acessadas no link acima.

Enfim.. Tour fechado, o ônibus pega o pessoal no albergue em torno de 8:30 e em seguida pegamos a estrada…


Já disse a vocês que sou apaixonada por fotos de caminhos? Nãão? Vocês que repararam? Ah, tá…

Paramos numa cafeteria antes, para um pipi-stop de 20 minutos. Aliás, verdade seja dita, paramos em cafeterias em todos, eu disse todos, os tours que pegamos. Claro que é super agradável tomar um belo café bem quentinho em lugares frios e bucólicos como estes, mas às vezes a impressão é que eles estão mais preocupados em promover lanchonetes parceiras do que só uma consideração genuína com nossas bexigas…

Neste caso, especificamente, a cafeteria em si não tinha nada demais, e quase não tinha nada para oferecer de opções. O delicioso ali era a própria cafeteria, praticamente uma mini fazenda, com ovelhas, galinhas, emas, e até uma baby lhama por ali, que ficavam confraternizando com os turistas.

A lhama, inclusive, era altamente sociável, o que permitia tirar algumas fotos simpáticas!

Numa viagem, o importante é fazer amigos! Sempre!

O próximo ponto do tour é uma parada em um trecho onde é preciso fazer um minitrekking de uma meia hora até chegar a uma das entradas do Perito Moreno.

Se a palavra “trekking” fez seus pêlinhos da nuca se eriçarem, relaxe. Mesmo. Nada mais é do que uma caminhada fajuta, bem ao estilo “passeio no bosque”, que qualquer criança de 4 anos ou pessoa de 70 faz numa boa mesmo. A diferença é que você vai andando calmamente, circundando uma lagoa, com a vista maravilhosa do glaciar lá atrás. Dá para tirar ótimas fotos, é uma trilha que quase ninguém usa (o que permite fotos sem nenhum papagaio de pirata)… Uma ótima caminhada para se pensar na vida – ou esquecer dela…


Após o trekking, entramos num barco que nos leva até bem pertinho do Perito Moreno, para a gente observar a queda das placas de gelo que vão se desprendendo do glaciar.

Não sei se eu dei sorte, mas nesse dia só tinha o nosso barco, e nem tava tão cheio assim. Ou seja, fica a pergunta se realmente esse tour alternativo é uma boa opção, só por fazer o mesmo passeio que todo mundo faz, mas por horários mais vazios.


Vale destacar que essa região na Argentina tem muitos glaciares, mas o Perito Moreno é o menor e, ainda assim, o mais famoso. Porque isso? Por que é considerado o mais estável, ou seja, ele possui um ritmo de crescimento médio por ano estável em comparação com os demais, o que compensa de certa forma o desprendimento de porções de gelo enormes que soltam do Glaciar e caem na água do lago, formando pequenos icebergs. Quando isso acontece, o barulho é altíssimo – e o espetáculo, fantástico.

E o glaciar, mesmo sabendo que é pequeno em comparação com os outros, é enorme aos olhos. Possui um paredão de gelo de 30 metros de altura, de um branco meio azulado, que vai majestoso de uma margem do lago até encontrar a montanha da outra margem, sem perder nada do seu tamanho… E o barco ainda chega bem pertinho para podermos ver o paredão. Absolutamente lindo!

Depois de um tempinho no barco, de fotos muito legais e de um frio do cão, nós desembarcamos na plataforma de onde viemos e por onde começa (ou termina, como vim a saber depois) uma enorme passarela de ferro, com se fosse uma plataforma, que vai subindo e circundando o glaciar. Ela até exige uma caminhadinha e certa paciência com as escadas, mas nada comprometedor. E a caminhada é o máximo, pois ela conta com uma série de mirantes onde você pode parar e simplesmente ficar admirando a vista.


E à medida que vamos subindo a passarela, vamos chegando a lugares onde dá para tirar fotos com ângulos bem interessantes, de cima, o que nos ajuda a ter uma verdadeira dimensão de que o glaciar é muito mais do que aqueles 30 metros de que vimos lá embaixo, no barquinho. Ele é um campo enorme de gelo, que vai seguindo para trás até as montanhas… Absolutamente maravilhoso.

Ah, dica importante. Leve um snack na sua bolsa para saciar a fome. O guia dá 2 horas para irmos de uma ponta da passarela à outra, e lá em cima, ao final dela (ou início) tem uma lanchonete, que é onde param todos os outros ônibus de viagens e que, obviamente, é muito lotada. Então, se você realmente quiser aproveitar a vista para simplesmente sentar, curtir, admirar, meditar, etc, os melhores ângulos e mirantes estão na metade da passarela (porque no início é muito baixo e no final, muito cheio)… Só que aí já estamos na base de umas 14 da tarde, e se a única coisa que você comeu foi o tal café sem graça da cafeteria lá de manhãzinha… Bem… A menos que você tenha uma concentração hindu de desapego, a fome pode não te deixar curtir a sua paz de espírito ali. E, gente, acreditem… o lugar merece ser curtido cada segundo com qualidade…

Comments

20 COMENTÁRIOS

  1. Tudo bem que a Lhama era sociável e tal, mas pela foto me parece que ela nao gosta de ser agarrada pelo pescoço nao! Falando nisso, era igual em Cusco onde fica uma tiazinha pedindo propina para tirar foto com a lhama?

  2. Ah, que isso? Ela gostou sim, olha só para ela… Tá até sorrindo?

    E neste caso, não… Era realmente uma cafeteria que ficava no meio de uma pradaria lindíssima, a da foto. Então, os animais ficavam andando para lá e para cá, livremente. A lhama, inclusive, entrava dentro do restaurante – ou seja, nota 9 para interatividade e -2 para higiene. E você podia tirar fotos à vontade…

  3. Apaixonante esse lugar!!
    Mais uma vez vc me deixa maravilhada com as fotos!! rsrsrs…
    Mais um lugarzinho pra lista de desesjos… =)

    Parabéns pelo blog!

    beijinhos

  4. Nossa Clarissa, que impressionante!! Muito legal o artigo e as fotos são lindas….Nunca imaginei que pudesse fazer uma viagem assim, pertinho do Brasil….fiquei com uma dúvida, se eu quiser fazer essa viagem para Calafate para ver esses glaciares que você viu, tem uma data específica no ano? Ou pelo fato de ser bem no sul posso ir a qualquer momento?…bjs e parabéns pelo blog

    • Oi, André!
      O ideal é ir de Dezembro a Março, que é o alto verão lá (e ainda assim você vai pegar bastante gelo). Porque nessa época do ano o tempo é bom, tem sol e menos vento (que é cortante de tão frio), então caminhadas como essa costumam ser prazeirosas. Em julho muitos acessos ficam fechados por conta da neve, e chove bastante também. Sem dúvida a paisagem deve continuar linda e diferente, mas aí você já não vai aproveitar como gostaria (nesse época, o que é bacana são as estações de esqui em Ushuaia e Bariloche). Agora, glaciares mesmo, experimente no verão! Um abraço!

  5. Donda, você é engraçadíddima nos seus comentários!! Muito grato pelas dicas do tour alternativo a Perito Moreno. Estou indo lá agora em Abril para um final de semana de fotos, e suas dicas foram muito boas. Parabéns.

      • Tudo reservado Donda, mas um aborrecimento e muita preocupação: tentei fazer reservas no site http://www.tangol.com, e absolutamente nada deu certo!! Milagrosamente consegui fazer uma reserva apenas (que só encontraram 2 dias depois no sistema) para o Perito Moreno, depois de muita insistência me enviaram o Voucher, mas sem horário de pick up no hotel. Mais e-mails, e simplesmente me mandaram “aguardar”. Quem sabe vao me buscar né!?
        Já no site http://www.interhabit.com, fiz TODAS as reservas, incluindo passeios, hotel e transfers, com confirmação e vouchers em menos de 24 hs.
        Vai aí minha dica pra galera…
        Abrax.

  6. Oi Clarissa! Gostaria de ir em novembro, passar a Lua de Mel. Você recomenda? Qual o gasto médio para uma semana lá? Queria ter uma ideia. Entre El Calafate e Cuzco para Lua de Mel, vc escolheria qual? Que dúvida!

    • Sabrina, acho El Calafate bem mais romântico (tem umas pousadas e haciendas que são um charme, a cidade é friozinha, tem passeios românticos, cavalgadas… Então, se essa for a sua intenção (é o que eu imagino para uma Lua de Mel! ;)), eu sugeriria Calafate de olhos fechados. Mas se vocês forem uma casal mais aventureiro, Cusco é bem legal… Bem legal mesmo.
      Mas assim, acho que isso pode ser de cada um… Em ambos em estive com amigos, e me diverti muito. Mas em El cafalate acho que o clima é bem mais a dois…
      Quanto ao gasto, é complicado dizer porque depende de cada um. Mas lembro que achei El calafate mais em conta (devido à diferença do peso argentino). E como Cusco é uma das cidades bases para ir a Macchu Picchu (este sim, turístico e caro), acho que os preços em geral devem ser um pouco mais altos…

    • Sabrina, tem várias promoções volta e meia para BsAs. Dá um olhada no site do Melhores Destinos, eles estão sempre anunciando ofertas de passagens por lá! Quanto maior a antecedência que você comprar, melhor!

    • Sabrina, nao tem uma regra, mas sabe como fiz na época? Liguei para a Aerolíneas e pedi o melhor preço, se comprasse todos os trechos (na época fiz Rio – BsAS – calafate – Ushuaia – Bsas – Rio de Janeiro) e consegui um preço bom comprando tudo por lá (e era em época de Carnaval, ainda)…

      Quanto mais trechos vc comprar, melhor! Tenta conversar com uma menina que pareça gente boa – ela pode procurar para vc preços e datas interessantes…

  7. Adoooro os teus comentários, dicas, fotos e principalmente o bom humor nas entrelinhas. Parabéns, ótimo trabalho. Vai ser muito útil para as minhas próximas “pernadas” por aí 🙂 🙂 🙂 abração

  8. Ola Clarissa, eu e meu namorado estamos planejando uma viagem em agosto pra lá. Poderia dizer as informações sobre as agencias q utilizou pra ir no glaciar e torres del paine? Ficaria mt grata! Beijos e adorei as fotos!

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