Julho: mês de férias, de inverno, de friozinho no Brasil (bem, depende de onde você vai estar) e de verãozão na Europa e nos Estados Unidos! É um dos meses mais concorridos, em que muita coisa boa está acontecendo: desde as várias festas julinas pelo Brasil e festivais de inverno gostosos nas serras próximas a praticamente quase todas as capitais do Brasil, aos eventos, shows, e festivais que acontecem pela Europa toda, definitivamente o mais disputado dos destinos.

Vale lembrar, também, é o mês mais cheio (e possivelmente mais caro), já que todo mundo está de férias também. Mas aí, como tenho feito nos últimos posts, separei uma seleção básica dos meus destinos preferidos que ficam melhores para serem visitados nessa época do ano, e compartilho com vocês, caso tenha alguém aí com férias para vencer e pouca ideia de para onde ir.

Paraty: Festa Literária Internacional de Paraty

Pronto: depois de dizer que Paraty é a dica do mês de maio e junho, é em julho a última dica (e na minha humilde opinião, a melhor época – para conhecer Paraty.
Mais exatamente no ínício do mês, durante a Festa Literária Internacional de Paraty, que este ano acontece de 1 a 5 de julho.
Detalhe das Vending Machines instaladas em Paraty durante a Flip
Se você é amante de literatura, vá. Tive a oportunidade de ir a Paraty durante a Flip no ano de 2011, o que foi paixão à primeira vista. A cidade parece que respira livros por esse período: uma coisa bacana da Flip é que as palestras com os autores convidados nas tendas acontecem sempre uma depois da outra, e não várias ao mesmo tempo – e isso repercute de forma muito gostosa em todo o resto de Paraty, porque é só acabar uma palestra que ela imediatamente vira um assunto correndo pela cidade. Era gostoso, por exemplo, sentar num restaurante e ouvir a mesa do lado numa discussão empolgada sobre um autor e um livro que você acabou de ouvir!
O salão com as palestras da Flip.
O salão com as palestras da Flip. Esse aí é o Joe Sacco.
Sem falar que o evento, que hoje já alcançou o posto de uma das mais importantes festas literárias do mundo, tem pompa e estrutura de gente grande, mas com alma de cidade pequena, bem à cara de Paraty. Ali, o mundo dos livros fica intimista – por exemplo, em uma das noites que a gente saiu para jantar fora, cruzamos na porta com o David Byrne, vocalista da banda Talking Heads e que era um dos convidados da festa por conta do lançamento do seu livro “Diários de Bicicleta”. No outro dia, o Micheal Sledge, outro autor convidado, fazia compras do meu lado em uma das lojinhas de lá e Joe Sacco, o mestre do jornalismo em quadrinhos, batia um dedo de prosa aqui e ali. Tipo, todo mundo junto e misturado, sabe?
Árvores de Livros: famosas durante a FLIP, em que várias árvores "ganham" livros pendurados, para serem folheados à vontade pelos passantes e depois devolvidos, para outras pessoas continuarem lendo! :)
Árvores de Livros: famosas durante a FLIP, em que várias árvores “ganham” livros pendurados, para serem folheados à vontade pelos passantes e depois devolvidos, para outras pessoas continuarem lendo! 🙂
Sem falar, claro, que Paraty continua a mesma delícia de sempre: vida noturna sempre gostosa, bares e restaurantes com comida de primeira, um e outro show acontecendo na pracinha… e a FLIP bombando do outro lado da margem.
Vai por mim: você tem que ir na Flip pelo menos uma vez na vida. 

Cânions do Sul: Melhor visibilidade

Se você perguntar qual é a melhor época do ano para visitar os Cânions do Brasil, lá na região de Aparados da Serra no Rio Grande do Sul, o pessoal de lá vai te responder que tem duas épocas boas. Uma é fevereiro (que a gente já tinha anunciado aqui) porque, como é verão, as temperaturas são mais altas e, por isso, os banhos de cachoeira e de rio são mais convidativos – mas por outro lado, a probabilidade de chuva e neblina é maior, o que prejudica a visibilidade dos paredões dos cânions.
Canyons com neblina e tempo ruim... Não dá para ver muita coisa... :( Crédito da Foto: Catarina Donda
Canyons com neblina e tempo ruim… Não dá para ver muita coisa… 🙁 Crédito da Foto: Catarina Donda
O contrário acontece agora em julho: as temperaturas são mais baixas, o que torna o banho de cachoeira uma prova de coragem, mas por outro lado, o clima é mais seco – e você tem mais chance de ver os paredões com todo o detalhe e grandiosidade que eles tem!
E sem neblina: muito mais imponentes! :) Crédito da Foto: Catarina Donda
E sem neblina: muito mais imponentes! 🙂 Crédito da Foto: Catarina Donda
Se você quiser dicas de como conhecer a região, a nossa colaboradora Catarina tem um post especial sobre lá aqui: Visitando os Cânions Itaimbezinho e Fortaleza com crianças.

Centro-Oeste do Brasil

Bonito continua sendo uma época boa para se visitar, já que a região ainda tá na época da seca e com isso, os rios estão bem cristalinos. Com a vantagem de que no final de julho geralmente acontece o festival de inverno de Bonito, e sempre tem shows de bandas bacanas por lá (quem já se apresentou foi Alceu Valença e Jota Quest).
Cachoeira Boca da Onça, em Bonito: uma ótima pedida!
Cachoeira Boca da Onça, em Bonito: uma ótima pedida!
O mesmo vale para o Pantanal (o acesso ao interior do Pantanal fica mais fácil na época de seca, o que também já facilita para ver os animais) e a Chapada dos Guimarães (essa época do ano chega a fazer frio, o que é uma dádiva em Cuiabá) e na Chapada também acontecem festivais de inverno bem gostosos!
Um momento de vida mais ou menos das corredeiras da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. Passeio fantástico de bonito que dá para fazer aqui no nosso Brasilzão.
Um momento de vida mais ou menos das corredeiras da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. Passeio fantástico de bonito que dá para fazer aqui no nosso Brasilzão.
Veja Também:
Bonito:
Pantanal:
Nobres:
Chapada dos Guimarães:

Perugia, na Itália

 Cá para nós? A Itália é toda linda em julho: é verão, os campos estão dourados, os campos de girassóis estão amarelinhos e… ai, gente, Itália – é apaixonante!
Campos de Girassol de Perugia
Eu fui sou suspeitíssima. Fui duas vezes para a Itália, em dois anos seguidos, e as duas vezes em julho. Amei ambas. Super recomento o mês. Mas porque a dica aqui é cidade menos famosa de Perugia, então?
Hotel em perugia italia
Vou explicar: primeiro, leve em consideração que – na boa – qualquer lugar que você for na Itália em julho, o tempo será o melhor possível, e o clima de férias, idem. Por outro lado, todo mundo vai estar de férias também, então a chance de cidades populares entre turistas como Roma e Florença estarem lotadas é bem maior (e pense isso se refletindo nas filas dos museus, dos restaurantes e, sobretudo, nos preços de tudo). Se isso estraga o passeio? Bom, não estragou em nada o meu. Mas de todas as cidades que eu visitei nas minhas duas vezes na Itália, ambas em julho, a que eu mais gostei da experiência foi a fofa cidade de Perugia, na região da Umbria (e que fica a meio caminho entre Roma e Florença).
Vista Perugia do Centro Histórico
Perugia é a capital da Umbria, então tem uma boa estrutura hoteleira, e é fácil de chegar de trem, de ônibus e de avião tanto de Milão, Florença e Roma como de fora (tem voos da Ryanair saindo de Londres, por exemplo). E a cidade é toda fofa: tem a cara medieval de tantas cidades italianas, com muros antigos de pedra, igrejas e museus de arte sacra  (Cada região tinha lá o seu gênio da pintura. E enquanto Michelângelo ficava entre Florença e Roma, o principal mestre de Perugia era Giotto). A cidade também abriga a Universidade para Estrangeiros, e por isso tem muitos barzinhos e uma vida cultural bem jovial e gostosa. Ah, e fica próxima das outras cidades da Umbria, como Assis, Spoleto, Norcia e Todi – dá para fazer vários bate-e-volta se você quiser.
detalhe do chafariz Perugia
 E o melhor: tudo isso sem ficar disputando o tempo todo espaço com 655.865 turistas.
Mas sabe o que eu mais gostei de Perugia em Julho? É quando acontece o Umbria Jazz, um dos maiores festivais de Jazz do mundo (e que já levou nomes como Herbie Hancock, BB King, James Brown, Eric Clapton e até Elton John). A aura da cidade se transforma, e fica muito agradável: Dois palcos são montados em duas áreas separadas do centro histórico de Perugia com shows de música gratuitos (e para quem não quiser, entre um e outro a rua fica cheia de mesas instaladas pelos restaurantes, além de músicos de todos os tipos se apresentando em cada esquina).
Músicos de Rua Perugia
E no palco principal, perto da rodoviária de Perugia, ficam os shows mais classudos – em 2013 eu assisti a Diana Krall ali. Pense num showzaço, ao ar livre, e com o Centro Histórico de Perugia iluminado lá em cima. Uma coisa linda! 🙂
Umbria Jazz Palco com Diana Krall
A quem interessar possa: Esse ano o Umbria Jazz vai de 10 a 19 de julho, e quem estará será ninguém menos que a Lady Gaga e Tony Bennett (Caetano e Gil vão estar lá também! 🙂
A a pergunta que não quer calar: Perugia fica cara na época do festival? Claro que os preços sobem um pouco para esta temporada, mas ainda assim são mais em conta do que Roma, Florença e Veneza.
Mais informações sobre o Umbria Jazz pode ser encontrada no site deles.

Caçar trufas na Itália

 Uma dica: aproveita a dica anterior, se você for para a Itália, e depois de Perugia siga para a pequenina comuna de Norcia, que também fica na Umbria, em meio a um vale lindo de morrer.
Vista de Norcia ao fundo
A paixão por Norcia acontece à primeira vista e geralmente pelo estômago: a pequena vila é conhecida por ser a capital do presunto cru (tanto que a arte do preparo é chamada de “norcineria”) e das trufas negras, que são facilmente coletadas nos campos ao redor.
A gente fez o passeio em julho, que é organizado pelo hotel Pallazzo Seneca, o mais elegante de lá (e um dos mais charmosos que eu já estive). A estação ideal para a coleta, na verdade, é em novembro, mas como toda caça, você pode em julho dar sorte de encontrar “trufonas” como essa que encontramos (e que eu conto como foi aqui).
Trufas colhidas em Norcia
E o melhor é que em julho, o tempo ajuda: o sol está dourado e acompanhar os cães farejadores numa bela tarde ensolarada ajuda muito.
Cão solto nos campos
E o melhor: no final da “caça”, os organizadores preparam uma mesa em pleno campo, lavam e trituram as trufas recém colhidas, misturam com azeite e sal e servem para a gente com pão – e um bom vinho italiano, claro.
Recomendo: foi, definitivamente um dos pontos mais altos de todas as minhas viagens. 🙂
Preparo das Trufas
Saiba mais:

Londres

Particularmente, acho Londres uma super pedida em vários meses do ano (menos Janeiro, que é bem frio e meio chato), mas como boa parte da Europa, é no mês das férias de Julho que a cidade se acende no seu melhor. É nesse mês que você terá mais chances de ver Londres sem aquele céu cinza (e que conste nos registros, Londres é cinza sim, mas quando o sol aparece a cidade é imbatível!) e tudo, mas tudo mesmo, fica com uma cara mais gostosa!
Southbank_London
As noites são mais compridas, e o Southbank (margem badalada que funciona como uma espécie de um “Baixo Londres” de frente para o Big Ben) fica com várias atrações deliciosas: música ao vivo, feira de livro, food truck – e todos os anos é montada uma área temática entre a London Eye e o Southbank Centre com bares, lojas, e ano passado tinha até um parque de diversão e um bar dentro de um carrossel. Como não amar?
Para organizar sua viagem:

Lapônia e o Sol da Meia-Noite na Noruega

 Imagina o sol não se por, em nenhuma hora do dia – e inclusive, ter um “quase” pôr-do-sol à meia-noite – mas só até ele voltar a subir ao céu de novo?
Imagina ir dormir a qualquer hora do dia e sempre ter a sensação de que você está tirando um cochilo no meio da tarde porque tá o maior solzão lá fora?
Noruega_o_sol_da_meia_noite
Agora: imagina fazendo tudo isso num cruzeiro que passa por fiordes, paisagens lindas, penhascos e com passeios para você ver várias renas (de verdade) passeando com os Samis – os famosos lapões, que vivem num estilo de vida quase indígena?
eu e uma rena na lapônia
Pois é: um cruzeiro pelo norte da Noruega em julho é assim.
Mas atenção: o cruzeiro em questão é o Hurtigruten (do qual a gente fala tudo aqui) e acontece por todo o ano, mas o Sol da Meia Noite só acontece mesmo nos meses de julho e agosto.
Navio Vesteralen Hurtigruten
É uma experiência fria, e super diferente. O cruzeiro inclui a oportunidade de fazer vários passeios inusitados em uma paisagem absurdamente linda: cavalgar em praias de um turquesa cristalino, alimentar águas, ver de perto fiordes e até comer carne de rena.
Vale dizer, é frio – e por isso, completamente diferente do que a gente espera de um cruzeiro tradicional – mas nem por isso menos interessante.
Na boa… uma das viagens mais inesquecíveis que eu fui.
(Lembrando: segundo a própria empresa, época mais bonita de se fazer esse tour é entre julho e agosto, de modo que volto a repetir essa dica no post sobre agosto também. E nessa época, também, é a chance de ver  o sol da meia-noite. Já quem viaja neste mesmo cruzeiro em fevereiro e março tem a chance quase certa de ver a aurora boreal!)
Veja os outros posts sobre a Noruega aqui:

Comments

2 COMENTÁRIOS

  1. Adoro essa série de postagens! Leio todas e vou coletando as ideias 🙂
    Aguardando ansiosamente pelas dicas de onde ir em outubro, para ajudar a decidir pra onde vou nas próximas férias

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