Continuando aqui neste post a saga Galapaganiana (acho que acabei de inventar esta palavra), como dito no post anterior, saímos do aeroporto com praticamente tudo negociado. Mas como o barco que nos levaria da ilha de Santa Cruz até Isabella só saía às 14h, tivemos um tempinho para dar um pulo na famosa Charles Darwin station.

A Charles Darwin station é onde pesquisadores do mundo inteiro vão para estudar e ajudar na conservação das espécies endêmicas que habitam o arquipélago. Mas para os turistas parece mais um zoológico de tartarugas gigantes. A tartaruga mais ilustre deste recinto se chama “Lonesome George”, que é a ultima tartaruga de sua espécie e que, apesar de ter apenas 90 anos de idade, não mostra muito interesse nas tartarugas de sub-espécies semelhantes e por isso está provavelmente fadado a extinção. E como estava calor no dia, a ilustre e preguiçosa tartaruga resolveu se esconder na sombra e não consegui tirar nenhuma foto dela.

Como consolação tem essa foto minha aqui com uma outra jovem tartaruga de 120 anos. Acho que fiz uma boa amizade com essa tartaruga. Pelo menos eu fiquei uns 2 minutos olhando nos olhos dela e ela ficou olhando de volta sem piscar! Aí um dia, quem sabe daqui a uns 60 anos, quando eu já estiver bem velhinho, e as tartarugas chegarem ao nível de evolução dos seres humanos (como no desenho das tartarugas ninjas), talvez reencontre a mesma tartaruga em algum barzinho. Eu e a tartaruga, que agora estará no vigor de seus 180 anos, poderemos tomar uma cerveja e conversar sobre os bons tempos e como o mundo era bem menos complicado em 2010….

 

 

 

Depois partimos para o porto para pegar o barco ate Puerto Villamil na ilha de Isabela. Entramos em um barco que parecia que tinha o dobro de gente do que a capacidade e ficamos esperando o barco sair uns 20 minutos atrasado. O barco vai na pressão pulando de onda em onda até você chegar a Puerto Villamil 2 horas depois. Pelo menos descobri que jamais ficarei enjoado no mar, pois se eu não fiquei enjoado nesse barco, acho difícil algum outro barco me deixar passando mal. Tem a foto aqui do lado do pessoal no barco (e, como na foto, aquele mané ajudante do capitão fica ali em pé na beira do barco e do lado do motor quase a viagem toda). Durante as 2 horas deu para aproveitar um pouco da trilha sonora escolhida especialmente para esta viagem. Alguns dos álbuns especificamente escolhidos para esta viagem foram: Auchtung Baby (U2), By The Way (RHCP), Doble Vida (Soda Estereo), e o que não poderia faltar de maneira alguma considerando a natureza da viagem, a trilha sonora do filme Life Aquatic.

 

Chegando em Isabella demos uma passada rápida no hotel e fomos ver a tal Lagoa do Flamingos. Uma grande decepção! A lagoa mais parece uma poça d’água gigante com uns 2 ou 3 flamingos. Passamos uns 10 minutos procurando mais flamingos e escutando a explicação do guia de por quê os flamingos são rosas: por que eles se alimentam de um camarão invisível que é cor-de-rosa, ora bolas! Aí a pergunta óbvia seria porque os camarões são rosas se, na verdade, eles são invisíveis? Mas como sei que essa linha de raciocínio recursiva inevitavelmente acaba levando ao questionamento da existência metafísica do Universo, resolvi deixar a pergunta sobre o camarão para lá. Quando percebemos que daquele mato não saía flamingo, resolvemos ir dar uma volta na cidade.

A cidade, na qual os seus 2500 habitantes se conhecem por nome, só tem ruas de barro. Voltamos pela rua principal (acho que as ruas nem tem nome) passando por farmácias, um banco, restaurantes, e pousadas até chegar à praia. Como estávamos no fim da tarde, ficamos na praia até o pôr-do-sol. A praia de Puerto Villamil é o tipo de praia que faz você pensar em largar tudo e se mudar para Galápagos. Já estava pensando em abrir uma conta no banco de lá e transferir todo meu dinheiro. A praia é de areia branca, águas cristalinas, temperatura da água perfeita para dar aquela refrescada em um dia de calor equatorial, e um pôr-do-sol maravilhoso (mesmo com um dia um pouco nublado).

 

Após o pôr-do-sol fomos procurar algum lugar para tomar um drink antes de voltar para o hotel para jantar. Só vimos 2 opções. Tinha o Bar Beto que dizia servir drinks endêmicos. Parecia uma boa pedida mas o bar estava vazio. Do lado do Bar Beto tem o Pink Iguana que estava tocando um reggae bem alto e tinha uma galera jogando vôlei ao fundo do bar. O bar, que é gerenciado por Argentinos, é bem agradável. Ele fica a beira da praia e as mesas de madeiras são protegidas apenas por um teto de palha. O bar tinha vários especiais para o Happy Hour. Alias, a única dica quanto a nightlife de Puerto Villamill é que a nightlife se restringe ao Happy Hour. Quase todo mundo acorda cedo e às 20 horas a maioria já esta voltando para casa (ou hotel). Acho que esses 2 lugares que eu mencionei são os únicos de Puerto Villamill, mas não custa nada você dar uma volta pela rua principal e ver o que está rolando de bom quando você estiver lá. E se você achar algum outro lugar não esqueça de deixar a recomendação aqui no blog!

Às 8 horas voltamos para o hotel para jantar e dormir, já que o dia seguinte prometia começar bem cedo e já estávamos bem cansados também. Mas entao quando estávamos para sair do Pink Iguana, vem um turista uruguaio me falar que a praia de Puerto Villamill era quase tão boa como a da Barra da Tijuca. Não é possivel. E o pior é que ele estava falando sério. Pausa para reflexão: será que tudo que eu estou procurando está mais perto de onde comecei do que imagino? É melhor pensar um pouco mais antes de abrir minha conta bancária no Equador.

Comments

5 COMENTÁRIOS

  1. Guilherme,

    Adorei o post e os relatos… Mas muito me preocpou uma coisa…
    Esse lance que vc escrever sobre se imaginar daqui a alguns anos, trocando experiências de vida em um barzinho com a tal tartaruga.. Sei lá… O que vc tem fumado, meu amigo? Agora me preocupei com você… Não dá para a gente ficar aceitando tudo o que oferecem para a gente nessas viagens…

  2. Boa tarde Guilherme!
    Estou indo para Galápagos em Dezembro, e vi que você chegou e foi no mesmo dia para Isabela, pensei em fazer isso mas fiquei com medo de perder o barco para Isabela!! Que horas chegou seu vôo em Baltra? O meu chega meio-dia, acho meio arriscado! Por acaso tens contato dos receptivos que você fechou os passeios?

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