Passagem obrigatória se você desembarcou e vai passar alguns dias na capital. É considerado o museus mais rico em tesouros arqueológicos do mundo (se você considerar que todas as suas peças são próprias do país, e não “importadas” de outros países).

É ali que está as salas com todos os tesouros do faraó Tutankhamon, inclusive sua famosa máscara mortuária. São salas e corredores dedicadas a mostrar suas jóias (dá para ver que são nitidamente feitas de ouro maciço), bem como os móveis que estavam selados em sua câmara mortuária.

Máscara Mortuária de Tutankhamon – Foto de Merce (Creative Commons)

O que nos faz pensar: se Tutankhamon era um faraó considerado menor em relação aos outros por suas realizações, e ainda assim os tesouros encontrados em sua tumba surpreendem pela riqueza e ostentação, resta-nos imaginar como deveria ter sido o túmulo de grandes faraós conquistadores como Ramsés II, por exemplo, antes de serem saqueados.

[box type=”info”] Você Sabia? A tumba do Tutankhamon é pequena e simples com uma entrada discreta, no Vale dos Reis, que não chama muito a atenção. E mesmo considerando os grandes tesouros encontrados lá dentro, nada mais é do que os despojos de um faraó considerado menor. Prova que a humildade é mesmo uma benção. Pois com o passar dos tempos, outros faraós foram construindo tumbas soberbas e luxuosas ao longo do Vale, muitas sobrepondo e invadindo outras, inclusive. E a entrada do pequeno Tut foi ficando escondida e quietinha em meio às pedras – e é uma das principais razões por ter se mantido intacta e salva pelos anos dos saqueadores, enquanto todos os outros “grandes” tiveram suas tumbas violadas e seus tesouros saqueados.[/box]

 

 

Vale a pena checar também a ala reservada às estátuas de Akhenaton. Não se preocupe se você não o reconhece, pelo menos assim, de nome – porque pelo menos com a família dele você já deve ser íntimo desde criança. Ele era casado com Nefertiti, segundo os registros a mulher mais bela do Egito Antigo (sorry, Cleópatra, no donuts for you!) e pai do jovem Tutankhamon. Considerado herege pela história por negar os outros deuses e tentar instituir um culto monoteísta no Egito (e assim, acabar com a festa de impostos e benefícios a vários cleros diferentes e sanguessugas do reino), foi deposto e morto em uma revolução. Mas deixa a nós o legado de esculturas únicas, à primeira vista meio disformes, mas as únicas que retratavam um faraó gente como a gente, com seus defeitos (físicos inclusive), diferente da postura de realeza endeusada própria dos seus antecessores. Foi também o único que era retratado nas pinturas em momentos familiares, como brincando com as filhas por exemplo.

Faraó Akhenaton e Rainha Nefertiti em raro momento familiar com suas filhas – Foto de dalbera (Creative Commons)

Preços:

Em torno de 60 líbras egípcias para adultos e 30 para estudantes com carteira (sim, eles aceitam a carteirinha internacional). Sendo que lá dentro do museu tem a sala das múmias, que exige um ticket a parte para vê-las (custa 100 libras egípcias para adultos e 50 para estudantes). Um dos porquês desta sala ter um pagamento à parte – além da climatização especial, que é o que eles alegam – é o fato de armazenar 9 múmias dos faraós mais importantes do Antigo Egito, entre eles o famoso Ramsés II (o mais poderoso dos Faraós do Egito, e o que construiu o templo de Abu Simbel) e a Rainha Hatshepsut, considerada a única e mais poderosa Rainha do Egito (ah, lá eles nem mencionam muito a Cleópatra…).

 

Se vale a pena pagar e ir ver?? Bom, eu fui lá. E o que posso dizer? Se alguém entrar com a cabeça cheia da importância histórica de cada uma daquelas pessoas, vai entender que está ali, cara a cara, com o que restou dos reis mais e poderosos de um povo milenar e riquíssimo, tão importantes a ponto de seus nomes atravessarem milênios para chegar até você, ali, do lado de lá da redoma de vidro. Vai ver que os caras são baixinhos, vai se impressionar com o estado de conservação fantástico das múmias e o poder da ciência que eles tinham na época para fazer aquilo; vai refletir que a diferença entre você e ele é o que cada um realizou na vida, porque no fim todo mundo acaba daquele jeito, todo mirradinho…

 

Mas se você não liga para nada disso, é só uma sala cheia de gente morta e amarrotada.

 

Segurança: É extremamente policiado em seus arredores, e não é permitido a entrada de nenhuma câmera (nem a do seu celular!). Tem guardas em cada canto do museu, e se pegam alguém fotografando algo com uma câmera escondida, eles quebram. Sem dó nem piedade. Então, melhor deixar sua câmera no guarda-volumes e deixar que as retinas se encarreguem de registrar as maravilhas de lá para a posteridade.

 

Guias: Se você contratou um pacote que está incluído uma visita ao Museu, pergunte se é o seu próprio guia que vai acompanhá-los dentro do museu ou não. Porque do lado de fora existem vários guias (muitos bilíngües) que oferecem o serviço de guia dentro do museu a preços nada módicos.

Se vale a pena? Bom, infelizmente o Museu do Egito é rico em peças, mas muitas delas com poucas ou nenhumas referências (tipo, muita coisa interessante mas sem nem aquela plaquinha do lado dizendo o que é e para que serve). Logo, quem opta por fazer o tour por si mesmo fica as vezes meio perdido, sem saber por onde começar a andar no meio de tanta peça. Ou seja, se por um lado é chato ficar andando a 10 metros por hora esperando o guia explicar para todo mundo, também quem anda sozinho por lá pode perder muita informação importante.

 

O ideal, claro, se você tiver dinheiro para gastar, é contratar um guia só para você. Mas cuidado ao negociar preços. Ao mesmo tempo em que é comum no Egito todos jogarem o preço nas alturas e depois irem baixando conforme o cliente for pechinchando, no Museu do Cairo rola um certo acordo comercial. È uma panelinha forte que poucos baixam o preço, e quando baixam, fazem o tour de uma má vontade colossal.

 

Exemplo: Como eu estava passando dias no Cairo sem guias ou agências, fui ao Museu euzinha e surgiu um desses guias para me acompanhar. Pechinchei. Ele não gostou. Acordamos num valor X. E ele me fez praticamente correr pelo museu atrás dele, apontando cada coisa do tipo “Aqui é o Tutankhamon”, “isso é uma múmia”, “isso é uma camisinha” (sim, parece que naquela época tinha camisinhas, aparentemente feitas de algodão, ao que parecia, e amarradas atrás para não sair!).

-Sério? Camisinha? Mas como eles…” –

Cri, cri, cri… Eu mal pegava fôlego para fazer uma pergunta e o cara já tinha sumido…

 

Então, o ideal é, ou ir com um guia do grupo de vocês, ou tentar rachar com um grupo de pessoas um guia na hora. Ou, ainda, pagar uma fábula para um deles. Ou, até, ir sozinho com livro a tiracolo explicando tudo. Talvez um grande ponto fraco do museu – e uma excelente oportunidade de aprender com eles a melhorar os nossos.

Tempo: Os tours reservam metade do dia… Acho de bom tamanho, se você for objetivo e quiser admirar todas as obras sem perder tempo (menos que isso já fica apertado!). Mas, caso você seja uma apaixonada por história e por museus, e quiser admirar “in loco” aquelas imagens conhecidas desde os tempos de livros de história do colégio, considere umas duas horas a mais ou um guia particular. Provavelmente você não vai voltar ao Egito só para isso…

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Sou jornalista e escritora. Eu criei esse blog como um hobby: a idéia era escrever sobre minhas viagens para não morrer de tédio durante a recuperação de um acidente de carro. Acabou que tanto o blog quanto as viagens mudaram a minha vida (várias vezes, aliás). Por isso, hoje eu escrevo para ajudar outras pessoas a encontrarem as viagens que vão inspirar elas também.

5 COMENTÁRIOS

  1. O museu do Cairo foi das coisas mais lindas que vi até hoje. Todo o seu tesouro deve ser contemplado por horas, e foio que fizemos!! Adorava voltar. Tou seguindo seu blog e se tiver interesse segue o meu tb. Abraços dobas viagens

    • Ai, Thaís, não lembro… desculpe! Mas confira se nas day tours os guias entram dentro do museu com você e te explicam tudo, porque nem sempre eles fazem isso: muitas delas entram com você, explicam por 5 minutos e deixam você solto lá dentro, e o museu vale a pena ter um guia mesmo que conheça a história das peças que estão lá.
      Leve isso em consideração na hora de escolher!

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