Há tempo que eu queria contar algumas novidades para vocês. 🙂

Tem a ver com o lado profissional, que andou por uma chacoalhada esse ano. Melhor, duas chacoalhadas: uma que eu planejei, e a outra não (o que não fez diferença nenhuma, porque as duas zonearam com a minha vida do mesmo jeito).

Mas sobre as mudanças: alguns amigos que me acompanham sabem que eu sou jornalista e que já escrevia sobre viagens há alguns anos, tanto para esse blog como freelas para outros veículos, como revistas (Viaje Mais, Top Destinos, etc) e sites (Visit Britain, Expedia, MasterCard). O que algumas pessoas não sabiam é que eu também tinha uma identidade secreta como profissional de marketing, trabalhando full time para empresas de tecnologia e responsável pelo marketing e relações públicas de aplicativos.

Esse mundo de tecnologia me interessava bastante, assim como o de viagem. Tive ótimos momentos trabalhando nesses dois universos, e conheci gente maravilhosa que pretendo levar para a vida toda.

Mas há tempos eu estava ensaiando mudar de carreira novamente, inspirada por duas coisas: pessoas maravilhosas que fizeram essa guinada, e as contas do mês que continuavam crescendo, mas que eu queria pagá-las trabalhando por conta própria e não para alguém. E só trabalhar no blog não tava fechando a conta.

E tinha uma coisa também: eu andava saudosa de aprender e mergulhar em coisas novas.

A idéia surgiu por acaso, durante a viagem para a Rota do Vinho Verde, feita com minha querida amiga e guia de viagem, Sara Riobom, do Portoalities. Ela, engenheira de formação, tinha largado as planilhas para mergulhar nas profundidades de ser guia de turismo, e conseguiu uma coisa maravilhosa: construiu uma profissão que lhe garantiu não só o dinheiro para viver, mas a alegria também. Duas coisas absolutamente necessárias para o que a gente chama de sucesso profissional, não?

Voltei apaixonada pelo tour que ela me fez e pelo Portugal que ela me mostrou. E, mais do que uma viagem inesquecível que fizemos juntas, ela me apresentou também a possibilidade de um caminho lindo. Eu já escrevia sobre viagem, de modo que me tornar guia de turismo me pareceu uma evolução lógica na hora de oferecer um serviço. Mas eu não queria ser qualquer guia: eu queria ser uma guia com profundidades.

E taí parte da novidade que eu queria contar: eu resolvi me tornar uma guia aqui em Londres. E para isso, embarquei num desafio enorme: me inscrevi (e, miraculosamente, fui aceita, após uma processo seletivo difícil!) no curso de capacitação para ser guia Blue Badge, a certificação mais alta para ser guia de turismo aqui na Inglaterra.

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Serão 1 ano e 6 meses de curso (na prática, 2 anos, considerando os períodos de pré-estudo) ??? para estudar loucamente TUDO sobre a Inglaterra. E, se eu sobreviver, eu vou me tornar uma guia especializada em história, cultura e arte aqui. Tudo o que eu adoro!

As aulas começaram, na verdade, em setembro deste ano, e eu devo estar me formando em meados de fevereiro de 2019 (se der tudo certo e eu passar em todos os exames, que são muuuuuuuuuuuito difíceis!).

Isso explica, portanto, um pouco do meu sumiço por aqui. São aulas bem puxadas, três vezes por semana, mais o período de estudo em casa. Eu ainda estou no começo e num momento #amomuitotudoisso, mas confesso que me assusto cada vez que olho para a pilha de livros que tenho que ler – e que não pára de crescer! ?

E isso é só um terço do material que eu tenho…

Mas eu preciso confessar para vocês que eu estou amando! São palestras e visitas técnicas sobre os mais variados assuntos sobre a Inglaterra: agricultura, ciências, história, botânica, arquitetura, religião, moda, esporte… Os professores também são escolhidos a dedo: muitos são profissionais com anos (décadas, deixemos claro) de experiência nos mais variados assuntos, todos especialistas. Por exemplo, tive uma palestra ma-ra-vi-lho-sa sobre história do teatro com um dramaturgo que foi diretor do National Theatre de Londres por anos – era como ter aulas com quem viu a história acontecer! ?

Perdoem-me se eu estou estou sendo ultra empolgada aqui, mas é fato: há tempos nunca estive tão entusiasmada com um curso, e com o privilégioque tem sido assistir a essas aulas!

Há, claro, momentos de desespero em como eu vou colocar toda essa informação na minha cabeça! Para você ter uma idéia, o primeiro dever de casa era, literalmente, “saber enumerar todos os reis da Inglaterra (!) na ordem (!!), todas as suas esposas (!!!) e todas as batalhas em que eles estiveram envolvidos (!!!!!!!!!!)”.

E, oh boy, pense numa penca de reis e muitas batalhas. ? Antes de me inscrever para o curso, eu li um artigo de uma menina que faz o curso e ela disse que, literalmente, começou a chorar no segundo mês do curso e não parou até a formatura. Eu acabei de completar o primeiro mês (de 18!) – ou seja, vamos conversar de novo daqui a mais uns 30 dias e eu te conto se já estou chorando em posição fetal no banheiro ou não.

Mas enfim, essa é a primeira das novidades… Tem mais outra, que tem a ver com as duas fotos daí de baixo!

A segunda novidade é que, bem, estudar sobre a cidade é muito legal, mas basicamente, um guia tem a ver com a prática, que é o lidar com pessoas. E eu tava saudosa e, de certa forma, enferrujada nisso, depois de tantos anos trabalhando remotamente, só eu e o computador. A vida virtual é muito bacana e eu adoro, mas eu queria voltar a lidar com gente – afinal, esse era um dos principais motivos que me faziam sentir a necessidade de uma guinada.

Aí, numa dessas, eu me candidatei a uma vaga de guia freelancer para uma empresa de tours aqui em Londres chamada Insider London. Ela organizava tours curtos, de duas horas no máximo, e tinham uma pegada bem focada em tours específicos e educacionais, o que era exatamente o que eu queria: tours sobre o mercado financeiro em Londres, sobre startups, sobre arquitetura, sobre tecnologia sustentável, entre outras coisas. O público é, na sua maioria, estudantes, o que para mim era unir o melhor dos dois mundos: aprender na prática a guiar pessoas, e ensinar um assunto interessante.

Resultado: estou trabalhando para eles há 3 meses e está sendo uma excelente escola! ?

Alguns dos estudantes no tour sobre startups e inovação em Londres. (e euzinha no meio!)

Ah, outra coisa muito legal é que nessa empresa eu tenho dado tours para estudantes do mundo inteiro: é super comum ter no mesmo grupo gente da Malásia, Oman, Suíça, Alemanha…! ?

Bem, e aparentemente eu só sei fazer as coisas no modo hard, porque tanto o curso como esses tours que eu estou dando são em inglês. E como tudo na vida, tem dias que o inglês flui bem, mas tem outros que olha…

Enfim, tem sido muito bom, mas também nada fácil. Acho que 2017 foi o ano de sair da zona do conforto para mim, e hoje eu vejo que eu saí para fora dessa zona dando braçadas largas. E quando a gente faz isso, rola altas felicidades e imensas inseguranças, todas na mesma medida, que a gente vai tentando gerenciá-las com disciplina e paciência (duas coisas que eu não tenho nadica de nada, mas tenho amigas e amigos lindos que me dão a força na peruca necessária para lidar com essas lacunas).

Então é isso. Tô nessa montanha-russa aê – vou dando notícias de como a coisa tá indo.

Mas antes de fechar o post, queria anunciar só mais uma coisinha: esse curso e esse trabalho de guia estão me movendo para mais um projeto que ando organizando, e devo anunciar em breve. Tipo, breve mesmo, assim que eu fechar umas coisinhas. 🙂 Cês ficam de olho? Melhor ainda, cês perdoam meu silêncio?

Em tempo: Dito isto, o Dondeando por Aí continua firme e forte aqui, e eu vou continuar atualizando-o sempre – mas é que anda meio complicado cuidar de todas essas frentes e no fim do dia eu tenho andado mentalmente esgotada – daí demoro um pouco para escrever, corrigir coisinhas no blog e tal. Tô fazendo um pouco a cada dia. Então peço mesmo para vocês não repararem na bagunça da casa, tá?

Bom, é isso! Novidades compartilhadas (ou quase!). E eu agradeço, mais uma vez, o carinho enorme e apoio dos vários vocês que me ajudam sempre, com palavras e carinho, seja aqui no blog, no Instagram ou Facebook, ou nos encontros da vida! Muitos de vocês são minha inspiração e nem sabem! ❤️

Comments

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Sou jornalista e escritora. Eu criei esse blog como um hobby: a idéia era escrever sobre minhas viagens para não morrer de tédio durante a recuperação de um acidente de carro. Acabou que tanto o blog quanto as viagens mudaram a minha vida (várias vezes, aliás). Por isso, hoje eu escrevo para ajudar outras pessoas a encontrarem as viagens que vão inspirar elas também.

10 COMENTÁRIOS

    • Oi, Mirella! Obrigada pela torcida (e eu sou tua fã também, tô vendo o dia em que nossas viagens pelo mundo vão se cruzar!!) <3 <3 <3
      Pois é, de certa forma é algo relacionado ao que eu já fazia, e por isso foi se aos poucos me soando como uma evolução natural! Agora é estudar móóóóito!
      Obrigada!!

    • Silvia, querida, obrigada pelo apoio! EU devo lançar em breve alguns tours (os mais especializados só quando eu me formar, porém) e sim, sua recomendação será muito preciosa!!

  1. Mais do que animação, é preciso coragem para sair literalmente da cadeira e ir à luta! Conheço bem como os ingleses são meticulosos e esse curso é praticamente um doutorado! Vai na fé que a gente torce e comemora!

    • Celina, então você sabe como é o curso – e sim, estou encarando como um mestrado, é muuuuuuito puxado e com muita informação para aprender. Está sendo maravilhoso e assustador ao mesmo tempo! 🙂

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